Trabalho começou há 20 anos com a participação de todos os concelhos por onde passa o caudal do rio
Os autarcas da Margem Sul estão orgulhosos com o trabalho das duas últimas décadas, na área do saneamento, que dotaram todo o território ribeirinho de Estações de Tratamento de Águas residuais (ETAR) e que permite que, hoje, quem olha para o rio Tejo, veja águas límpidas e transparentes como não se viam há muitos anos.
Um sentimento partilhado pela generalidade dos autarcas e que é expresso pessoalmente pelo presidente da Câmara do Montijo, entrevistado à beira-rio por O SETUBALENSE. “O Tejo está limpo porque temos feito um esforço significativo no sentido da preservação ambiental deste estuário”.
É com estas palavras que o autarca do Montijo, Nuno Canta, demonstra o sentimento de “orgulho” por este rio já se encontrar “limpo, tratado e com qualidade”, realidade que, recorda o edil, nem sempre foi assim.
“Durante muitos anos [o Rio Tejo] foi objecto de poluição e um local onde se descarregava tudo, especialmente lixo de empresas e fábricas. Era um Tejo onde tínhamos muita poluição. Agora é bom olharmos a partir da nossa frente ribeirinha e podermos ver o fundo do rio com uma água clara e limpa”, explicou.
Com um investimento na ordem dos 30 milhões de euros por parte da autarquia montijense, foi elaborado, em conjunto com outros municípios por onde passa o Rio Tejo, um novo sistema de tratamento de águas residuais.
Nuno Canta diz que este projecto, iniciado há 20 anos, veio tratar dos problemas de “descargas” que eram feitas “maioritariamente” pelas empresas do concelho.
O autarca mencionou a O SETUBALENSE que o esforço feito pelo município do Montijo para preservar o ambiente, biodiversidade e o estuário do Tejo o deixa “extremamente orgulhoso”.
Nuno Canta ainda acrescentou que o rio, para além da vertente ambiental, também tem uma grande importância cultural, já que, foi o “berço dos descobrimentos portugueses” e por isso é “bastante importante” cuidar deste estuário.