Associação Anime da Quinta do Conde promove projecto para valorizar idosos na sociedade

Associação Anime da Quinta do Conde promove projecto para valorizar idosos na sociedade

Associação Anime da Quinta do Conde promove projecto para valorizar idosos na sociedade

Iniciativa está a dar os primeiros passos rumo à valorização do papel do idoso na sociedade

 

Começou a ser desenhado em 2020 e encontra-se agora a dar os seus primeiros passos no sentido de recuperar conhecimentos que ao longo do tempo se foram perdendo.

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O projecto Mestres Grisalhos tem como objectivos valorizar o papel do idoso na sociedade e capacitar famílias e indivíduos fragilizados e em risco de exclusão através de acções de capacitação.

“Este projecto surge da minha experiência pessoal. A minha mãe é uma mestre grisalha em várias áreas do saber e é com ela que aprendo muita coisa com grande utilidade. Pensei que talvez existam outras pessoas, da minha faixa etária ou com idades inferiores, com a mesma necessidade de aprender sem terem por perto uma mestre como eu tenho”, começa por contar Ana Duarte, gestora do projecto e membro da associação Anime – Projecto de Animação e Formação, a O SETUBALENSE.

“Também o meu pai e os meus sogros dominam várias áreas do saber que já não são comuns. Hoje vemos muito a necessidade de que os seniores aprendam a mexer nas novas tecnologias, por exemplo. É muito útil e têm que manter-se ligados mas são muito capazes não só de receber como também de transmitir muito saber”, continua.

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O projecto tem, assim, dois público-alvo: “Os mestres grisalhos, que partilham os seus saberes, e todos aqueles que para o seu dia-a-dia precisem destes saberes, desta capacitação. É, no fundo, uma aprendizagem inter-geracional com benefícios para ambos os lados que queremos mesmo implementar na comunidade”.

Neste momento, a ideia ainda está em desenvolvimento, resultado dos impedimentos causados pela pandemia, mas Ana Duarte assegura que “logo que possível, queremos começar a fazer sessões presenciais e já temos o site a ser desenhado”.

A implementação da ideia funcionará, assim, através de sessões temáticas, em formato presencial ou online, em que serão abordados conteúdos que ao longo do tempo foram excluídos do currículo escolar e em simultâneo deixaram de ser transmitidos de forma informal.

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“Como principais temas, nesta lista de saber-fazer, temos a culinária, sobretudo tradicional, costura, marcenaria, electricidade, mecânica e outras áreas que se evidenciam pertinentes perante os saberes dominados e as necessidades identificadas”, adianta, sem esquecer que “tradições e costumes das diferentes origens que compõem a comunidade” farão igualmente parte da iniciativa.

“Geração Grisalha continua a ter muito para dar

No desenvolvimento das acções, os idosos, denominados Mestres Grisalhos, contam com o apoio de jovens que farão parte do projecto para os apoiar em quaisquer fragilidades existentes.

“Do ponto de vista prático, prevemos que por cada sénior exista um jovem, a quem chamamos tutor, que irá trabalhar em grande proximidade com esse sénior e colmatar possíveis fragilidades que possamos identificar para que sem receios possa ser transmitido o saber”, esclarece, com dois exemplos: “Se um idoso precisa, por exemplo, de ministrar uma sessão à distância mas não tem destreza com as novas tecnologias o jovem facilitará ao idoso este caminho, ou, se por outro lado, uma mestre costureira já não tem a motricidade fina tão apurada, pode ter ao seu lado alguém mais jovem que demonstra, por exemplo, como é o ponto de cruz ou o ponto de Arraiolos”.

O projecto já conta com alguns tutores mas conta ainda angariar voluntários através do Instituto Português da Juventude e da associação Pipa – Projecto de Inclusão pela Arte, “que trabalha directamente com muitos jovens que dominam muitas habilidades e competências na área de lidar com os idosos, nomeadamente a partir das artes”.

No entender de Ana Duarte, a “geração grisalha”, como gosta de lhe chamar, “é, muitas vezes, encarada como peso social e este projecto pretende evidenciar que existe um conjunto de saberes que estão no poder desta faixa etária que continua a ter muito para dar à sociedade e que por isso mesmo deve ser valorizada”.

Como parceiros, a Anime conta com o Centro Comunitário da Quinta do Conde, “parceiro fundamental, de ligação, uma vez que têm um centro de dia e prestam apoio domiciliário a um conjunto de idosos”, a Junta de Freguesia da Quinta do Conde e a associação Pipa – Projecto de Inclusão pela Arte mas quer “angariar mais parceiros para tornar tudo isto possível.

A intervenção está inicialmente pensada para a freguesia mas acreditamos que, depois de implementado na freguesia, claro que se o projecto crescer todos temos a ganhar”.

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