17 Julho 2024, Quarta-feira

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Associação alerta para impacto dos “furtos indiscriminados de cortiça” no Litoral Alentejano

Associação alerta para impacto dos “furtos indiscriminados de cortiça” no Litoral Alentejano

Associação alerta para impacto dos “furtos indiscriminados de cortiça” no Litoral Alentejano

“Há vários anos [que] esta situação se repete, com total impunidade para quem comete este crime contra o ambiente e a propriedade privada”, diz a ANSUB

A Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado (ANSUB) alertou esta quarta-feira para o impacto dos “furtos indiscriminados de cortiça” na atividade económica e na sustentabilidade ambiental das explorações do litoral alentejano, considerando ser importante “controlar os intermediários”.

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De acordo com a ANSUB, em comunicado, trata-se de um fenómeno “que assola os seus associados” e que tem maior incidência nas explorações agro-florestais dos concelhos de Palmela, Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém.

“Há vários anos [que] esta situação se repete, com total impunidade para quem comete este crime contra o ambiente e a propriedade privada”, denunciou.

Segundo a associação, que representa perto de 200 produtores da região do litoral alentejano, “os furtos indiscriminados de cortiça” ocorrem, entre os meses de Maio e princípio de Agosto, durante a época de “descortiçamento dos sobreiros” em que se extrai a cortiça com vista à sua “valorização industrial”.

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Contactado pela agência Lusa, o presidente da ANSUB, Pedro Silveira, revelou que este ano a situação piorou devido à “impunidade deste tipo de furtos” e aos meios que são utilizados por quem comete este tipo de crimes.

“Este ano, as coisas não estão a correr nada bem. As autoridades policiais têm baixado um bocado os braços, porque muitas das vezes quando as pessoas são levadas a Tribunal rapidamente são postas em liberdade sem grandes consequências”, argumentou.

Por outro lado, acrescentou, “são roubadas cortiças de todo o tipo, muitas vezes com poucos anos de criação, entre quatro e seis anos, valendo tudo”.

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“Nos outros anos, os furtos visavam cortiças com oito a nove anos, já em prancha para serem valorizadas” pela indústria e transformadas “em rolhas”, explicou Pedro Silveira.

Segundo o dirigente, “estas redes estão equipadas com máquinas de triturar cortiça” que lhes permite “colocar a cortiça no mercado já triturada, em vez de ser vendida em pranchas, apagando, desta forma, o rasto da cortiça”.

No comunicado, a associação, que tem sede em Alcácer do Sal, indicou que, ao longo dos anos, foram feitas várias tentativas para “dissuadir estes furtos, por parte dos proprietários”, como a colocação de vedações, pintura da cortiça, aumento da vigilância nas explorações e queixas junto da GNR.

Mas “a situação persiste com furtos contínuos de cortiça de todas as idades e com danos significativos nos troncos das árvores que levam à destruição da sua capacidade produtiva”, alertou.

“Muitas vezes tiram a cortiça de qualquer maneira, deixam as árvores cheias de golpes, praticamente inutilizadas, e a capacidade produtiva dessas árvores que demoraram 50 anos para dar cortiça de qualidade é diminuída para sempre”, lamentou Pedro Silveira.

No comunicado, a associação considerou ainda ser “importante controlar os intermediários que possam usualmente adquirir cortiça furtada, controlando estes pontos críticos”.

“A impunidade dos prevaricadores destes furtos de cortiça encoraja a reincidência dos criminosos, bem como a disseminação desta prática. A efectiva repressão destes crimes é absolutamente premente e crucial para a conservação de um ecossistema único baseado na Árvore Nacional de Portugal”, defendeu.

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