29 Junho 2024, Sábado

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As mulheres e a indústria conserveira do século XX sobem a palco em “A Casa de Emília”

As mulheres e a indústria conserveira do século XX sobem a palco em “A Casa de Emília”

As mulheres e a indústria conserveira do século XX sobem a palco em “A Casa de Emília”

Espectáculo tem estreia marcada para dia 6 de Novembro no Fórum Municipal Luísa Todi

 

A vida das trabalhadoras das indústrias conserveiras de Setúbal, nas décadas de 1920 a 1960/1970, serviu de inspiração à peça “A casa de Emília”, espectáculo que o Teatro Estúdio Fontenova estreia, em 06 de novembro, no Fórum Municipal Luísa Todi. Na base do texto dramatúrgico, escrito por Luísa Monteiro para a companhia teatral, esteve um estudo dos investigadores Jaime Pinho, João Pedro Santos e Vanessa Amorim sobre a vida e os contextos sociais das mulheres conserveiras de Setúbal, disse à agência Lusa o encenador da peça.

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“A casa de Emília” não é um “trabalho documental”, acrescentou José Maria Dias, que também é director artístico do Teatro Estúdio Fontenova. É “antes uma tragicomédia”, na qual se entrecruzam universos de mulheres conserveiras de várias localidades. A acção da peça gira em torno de Emília, uma personagem inventada, que rondará os 70, 80 anos, e que vai discorrendo sobre a vida das conserveiras naquelas datas passadas.

A decadência, e mesmo o encerramento que algumas fábricas de conservas atravessaram até à actualidade, são também mencionadas pela personagem, assim como os polos da indústria que ainda se mantém em Portugal, nomeadamente nas zonas de Aveiro e Olhão. “A violência do trabalho – que ia do escamar, amanhar, escorchar e salgar – inerente ao dia-a-dia a encher latas com comida que às vezes lhes faltava ao estômago e ao filhos, que viam partir para a guerra [colonial]” é tema que perpassa na peça, referiu o encenador.

O universo das mulheres conserveiras algarvias – sobretudo de Olhão e de Vila Real de Santo António, onde, segundo historiadores, terá sido instalada a primeira fábrica conserveira em meados do século XIX – estão também presentes na peça, já que a autora do texto reside no Algarve. Luísa Monteiro, natural de Famalicão (1968) e residente no Algarve desde 1998, exerceu jornalismo durante 17 anos e tem obra publicada em vários registos literários. Trata-se de uma autora “bem conhecida e acarinhada” pelo Teatro Estúdio Fontenova, disse José Maria Dias.

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Com música original de Jorge Salgueiro e participação do Coro Setúbal Voz, “A casa de Emília” é interpretada por Eunice Correia, Fábio Nóbrega Vaz, Graziela Dias e Sara Túbio Costa. O vídeo é de Eduardo Dias, os figurinos de Maria Luís e o espaço cénico, desenho de luz e ‘voz off’ de José Maria Dias. “A casa de Emília” vai estar em cena até 15 de Novembro, num total de oito representações.

Um dia depois da estreia, na galeria da Casa da Avenida, também em Setúbal, será lançado o livro da peça que inclui um texto sobre o estudo dos três investigadores na sua origem. O encenador e a autora da peça, assim como a investigadora Vanessa Iglésias Amorim, estarão na apresentação desta obra. O lançamento conta ainda com a presença da socióloga e museóloga Isabel Victor, que foi directora do Museu do Trabalho Michel Giacometti durante os seus primeiros 15 anos da existência.

Lusa

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