A festa do funk e da soul music com o rigor e a exigência de um grupo que se diverte com o que faz
À banda Cais Sodré Funk Connection cabe o concerto no palco principal da Feira de Sant’Iago no último dia de Julho.
E, se existem bandas que, ao olharmos e ouvirmos pela primeira vez, temos a sensação de que os seus elementos estão ali para se divertirem e já agora, divertir o público que os esteja a ver, uma dessas bandas é, na minha opinião, os Cais Sodré Funk Connection.
Já andam nestas coisas da música, enquanto grupo, há mais de uma dúzia de anos, e “nasceram”, obviamente, no Cais do Sodré, em Lisboa, assumindo protagonismo ao serem a primeira banda residente do clube Musicbox, naquela zona da capital.
O funk e a soul são as suas zonas musicais de conforto, nas quais se movem como poucos, abordando e recriando o som e os ambientes dos clássicos daquelas correntes musicais, nos quais a Motown é uma fonte inesgotável de pérolas musicais.
Individualmente, os integrantes da banda, são músicos com vasta experiência e que integram ou integraram projectos tão importantes e tão diversificados, como os Cool Hipnoise, Orelha Negra, Cacique 97, Sérgio Godinho, ou Legendary Tygerman, entre outros, e a secção de sopro é claramente uma mais-valia musical.
A conjugação de experiências e de estilos resulta numa fascinante viagem pela história da música negra americana, onde James Brown, Otis Reading ou Ray Charles “marcam presença” com regularidade.
Mas o universo musical português também tem sido abordado, com uma irreverência fascinante, com parcerias com nomes como Eduardo Nascimento ou António Calvário, inseridos em apresentações no Festival RTP da Canção ou com Paulo de Carvalho, entre outros.
A viagem por esse universo riquíssimo do funk e da soul music, vai passar por Setúbal, com um grupo de músicos apresentados a rigor, com o rigor que a sua boa música e o “seu” som exigem e merecem. Vai ser uma festa!
Opinião musical