19 Abril 2024, Sexta-feira
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Igreja de São Sebastião dedica “emotiva” missa aos homens e mulheres que entregam a vida ao mar

Presidente da junta de freguesia classificou momento como “muito especial” pois “é onde os pescadores conseguem comungar a sua fé”

 

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Os homens e as mulheres que entregam a sua vida ao mar debatem-se diariamente com inúmeras incertezas, fazendo com que, por vezes, se sintam sem “a força necessária para enfrentar as amarguras da natureza”.

Por ser na fé que “encontram esperança” para continuar com a profissão, a Igreja de São Sebastião, paróquia ligada à actividade piscatória, dedicou-lhes ontem uma “emotiva” missa, integrada nas comemorações da Semana do Mar e do Pescador.

O relógio marcava 08 horas em ponto quando o padre Casimiro Henriques deu início à celebração da eucaristia, como tem feito nos últimos quatro anos.

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Homenageados os pescadores da cidade sadina, num reconhecimento que acontece desde 1998, o pároco explicou a O SETUBALENSE que este momento importante tanto é dedicado aos profissionais “vivos que continuam a entregar a sua vida ao Senhor, como é onde se faz a memória a todos os que já partiram”. “Há uma carga emocional muito grande nesta eucaristia, que é muito importante”, sublinhou.

Entre as cerca de cinco dezenas de pessoas que marcaram presença na paróquia, esteve Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Rui Canas, presidente da União das Freguesias de Setúbal, e Eugénia Silva, vereadora das Actividades Económicas da Câmara Municipal de Setúbal.

Para Nuno Costa, este acontecimento é “muito especial”, porque “é onde os pescadores conseguem comungar a sua fé”. “Acaba por ser importante para a comunidade piscatória haver esta celebração, por ser um momento de partilha e de oração, em que podem sair daqui com mais força para enfrentar aquilo que têm de enfrentar todos os dias”, referiu a O SETUBALENSE.

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Já o presidente da União das Freguesias de Setúbal disse considerar a missa também como “um momento de confraternização e de reconhecimento”. “Nós sabemos que hoje esta actividade – que considero um estado de alma ou uma forma de estar na vida – precisa muito de reconhecimento, apesar de estarmos numa cidade que foi fundada por marítimos e pescadores, porque estas pessoas e as suas famílias são muito pouco apoiadas e reconhecidas”, explicou.

Por este motivo, estas celebrações “ganham ainda mais relevo”, também porque homenageiam “aqueles que já deram de si, quer os pescadores desaparecidos no mar quer outros, porque realmente foram pessoas que marcaram estas comunidades, nomeadamente a de São Sebastião”.

Por sua vez, Eugénia Silva salientou as dificuldades enfrentadas actualmente pelo sector, frisando que espera que a pesca, “enquanto actividade económica, não morra”. “Daí a importância desta cerimónia, que nos une a todos e que nos faz reflectir, não só relativamente ao que se vive com a pandemia, mas também sobre a própria pesca. É um momento importante para todos e principalmente para Setúbal, sendo que é uma terra de pescadores”, concluiu.

Tarde reservada para procissão até Doca dos Pescadores

A tarde de ontem ficou marcada pela realização de uma procissão até à Doca dos Pescadores, com partida da Igreja do Convento de Jesus, na qual se realizou também uma missa.

No acontecimento, que este ano decorreu com recurso a um automóvel, “estiveram em destaque a Nossa Senhora de Tróia, a Nossa Senhora da Arrábida e o Senhor Jesus do Bonfim, três imagens que na cidade estão igualmente ligadas às tradições piscatórias”, destacou Rui Canas.

“Na comunidade piscatória não há fronteiras. As pessoas no mar conhecem-se todas. Quem anda no mar anda sempre junto. É também por esta mensagem que as autarquias se associam a estes eventos e realizam anualmente a Semana do Mar e do Pescador, que este ano e no ano passado, com os problemas da pandemia, foi muito restrita e limitada, mas nem por isso deixámos de querer assinalar estes momentos”, esclareceu, por último.

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