Neste mundo tão violento, incerto e perigoso em que se destacam as guerras e os genocídios como o que decorre na Palestina, principalmente na Faixa de Gaza, e em que as alterações climáticas provocadas pelos excessos humanos, a luta, os protestos, dos jovens, sobretudo dos estudantes, nos EUA, na Europa incluindo aqui os nossos, é um motivo de esperança por um mundo mais sustentável e pacífico.
Por exemplo, sabemos a importância que teve para o desfecho da guerra do Vietname, a luta dos estudantes universitários nos EUA. Ou aqui no nosso país, a sua contribuição para o derrube da ditadura fascista.
É verdade que a natural irreverência dos jovens, pode, por vezes, não assumir as formas mais corretas. Como o Maio de 68 em França ou os recentes protestos aqui em Portugal utilizando tinta em entradas de edifícios ou mesmo atingindo um ou outro responsável político. Mas, mesmo assim, desde que não atinjam proporções particularmente graves, o que nunca foi o caso, são preferíveis à inação. É o futuro deles e de todos nós que está em causa devido ao perigo das guerras em era nuclear, e à degradação do planeta que coloca em causa a vida de todas as espécies. Vegetais e animais.
O que se passa na Palestina com a destruição de um país onde nem hospitais e centros de refugiados são poupados, assim como de médicos, jornalistas, bombeiros, onde se matam mulheres, crianças e, claro, adultos, à fome ou por falta de assistência médica, quem é que pode ficar indiferente com tanta crueldade? E depois, não só os responsáveis diretos mas também o cinismo, a hipocrisia, de quem os apoia totalmente, os EUA. E a complacência da UE com exceção dos países que já anunciaram o reconhecimento do Estado Palestiniano. Uma forma concreta de censura a Israel. E os jovens estudantes e não só, aí estão a levantarem-se, a serem o catalisador da luta que deve ser mais geral perante tanta ignomínia.
Dizer também que os que apoiam, que não sancionam, os responsáveis diretos pelo massacre da Palestina e do seu povo, são os mesmos que apoiaram o golpe de 2014 na Ucrânia com a violência que se seguiu. A morte por incêndio ou à queima-roupa de sindicalistas e outros opositores, a promessa de contenção da NATO para leste não cumprida, os massacres no Donbass, o não cumprimento também dos Acordos de Minsk. Tudo motivando a intervenção da Rússia e a intensificação da guerra que continuam alimentar, em vez de procurarem o fim da mesma pela via diplomática e negociações. A única forma de lhe pôr fim. Não sendo assim, pela guerra, é o contínuo extermínio de ucranianos, russos e, potencialmente, de todos nós.
Quanto aos excessos que provocam as alterações climáticas com todo o imenso role de consequências associadas, estamos conversados. O tráfego automóvel é cada vez maior, assim como outros atentados como as monoculturas intensivas, os danos ambientais causados também pelas guerras, etc.
Portanto, a luta, os protestos, dos estudantes e de outros jovens, é um bom exemplo.