Um grande escritor da nossa terra

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Um grande escritor da nossa terra

, Ex-bancário, Corroios
19 Outubro 2021, Terça-feira
Francisco Ramalho

No passado dia 10, no Auditório do Centro Comercial o Pescador na Costa da Caparica, foi lançado o mais recente romance de Jerónimo Jarmelo, “A Sombra do Jacarandá”.

A apresentação esteve a cargo dos Profs. Drs. Ricardo Salomão e Carlos Castilho Pais.

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A obra relata episódios dramáticos relacionados com a grave crise financeira iniciada em 2008 nos EUA que teve repercussões planetárias. Devido à sua atividade profissional, o autor viveu-a bem por dentro.

Jerónimo, frequentou o Seminário do Fundão e o Seminário Maior da Guarda. Descreve também neste livro, ao pormenor, o martírio por que passavam os adolescentes naqueles estabelecimentos de ensino, quais madraças “cristãs”, às mãos dos padres. Na anterior geração, Vergílio Ferreira, que também passou por lá, fê-lo em “Manhã Submersa”. Por isso, o resultado era o contrário ao pretendido pela secular instituição. De Luís Eugénio, personagem central do romance, citamos : “O número dos eleitos para a “vinha do Senhor” era cada vez mais reduzido. Iniciámos a caminhada, no primeiro ano, mais de sete dezenas; desses apenas vinte aportámos ao Seminário Maior da Guarda”. E grande parte dos que restavam, como o autor, no final do 7º ano, também acabavam por sair.

Jerónimo Jarmelo, escreve sobre o que conhece bem. Aliás, conhecer-se a sua obra, é ter-se uma visão geral sobre aspetos fundamentais da história deste país dos últimos 60/70 anos.

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Jerónimo Jarmelo, pseudónimo de Jerónimo Pereira dos Santos, é natural de Castanheira do Jarmelo, Guarda (daí o pseudónimo, uma homenagem à sua terra natal), foi alferes miliciano, bancário, chegando a diretor, frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é sócio da Associação Portuguesa de Escritores e do PEN Clube Português e professor nas Universidades Seniores do Seixal e Universidade Intergeracional do Concelho de Almada.  Nesta última, por motivos pessoais, este ano não leciona.

Há 5 décadas que por cá se fixou.

É autor dos romances, “As Ninfas do Índico”, “Filho de Ninguém”, “Eu Vou Ser Como a Serpente”, “Uma Flor no Meu Deserto” (Prémio de Ficção Almada2017), “O Filho do Pecado”, “A Sombra do Jacarandá”, “Inquitudes” (Poemas) e “Contos das Terras Altas” (Contos).

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Esteve na Guerra Colonial em Moçambique, e em As Ninfas do Índico, escreve sobre um dos seus efeitos ostensivamente pouco divulgado: o drama das mulheres que ficavam na retaguarda. Sobretudo mães, esposas e namoradas.

Em Filho de Ninguém, aborda o tema da emigração. Eu Vou ser Como a Serpente, trata-se de uma incursão pelo género policial. Uma Flor no Meu Deserto, descreve a “Revolta da Mealhada” em 1946, as prisões do fascismo e uma lindíssima história de amor. O Filho do Pecado, é uma denúncia muito bem documentada de “factos nada cristãos” de tantos padres da Igreja Católica. Contos das Terras Altas; histórias saborosas e picarescas das suas gentes, das Terras Altas.

Repare-se que a sua primeira obra foi publicada em 2014. Portanto, grande escritor em quantidade, e em qualidade.

Confirmem-no!

 

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