O tema da contaminação de solo e água chegou às capas, presta-se muito a isso. Solos e água contaminados são uma verdade que nos rodeia por todos os lados. Em Portugal, na Europa e em todos os países industrializados. É assim desde que a máquina começou a ser usada e a explosão demográfica se tornou a maior de todas as causas, face ao modelo de desenvolvimento adotado: crescer sempre e consumir cada vez mais. ?
Não chegámos onde estamos por azar. Não há volta a dar. Este não é um problema de Setúbal, da margem sul, do país, é o maior problema ambiental da Europa. O segundo problema é que não há meios para o resolver, as soluções técnicas são complexas e muito dispendiosas, proibitivas. Todos sabemos que o mapa de solos contaminados na Europa é assustador.
De quando em vez uma “Zero”, para se manter viva, lembra-se deste ou outro tema preocupante. Ainda há pouco tempo foi o Parque das Nações, exemplar em tanta coisa e nos solos contaminados também; basta pensarmos no que estava naquele espaço antes… Obviamente que o Ministério do Ambiente não tem nem terá resposta, pelo menos que resolva o que não tem solução.
Nestes dias difíceis o que todos devemos pedir à Zero são propostas de solução. Como se resolve este problema comum sobretudo nas maiores cidades e antigas zonas industriais. Acreditamos que tudo podemos fazer e que a ciência e a tecnologia tudo resolvem, é só uma questão de mais ou menos infinitos milhões que alguém vai pagar.
No Portinho da Arrábida, a situação das praias sem areia, é mais ou menos a mesma, não há grande cura. A recarga artificial é um entornar Euros sem fim em cima de um problema sem solução. Não há estudos e intervenções que resolvam a coisa, muito menos os ridículos estudos de impacto ambiental. Falta muita coragem para assumir a verdade e, como todos sabemos, a peneira não tapa o sol. Estraga-se dinheiro que faz falta para o essencial, há cada vez mais pessoas que estão na beira da estrada à espera da “caridade do Estado”. Fazem-nos acreditar que “tudo vai ficar bem” e sonha-se com o normal; talvez um novo normal igual ao antigo.
Vamos mudar de vida?