Com o desmoronamento da União Soviética, os teóricos e beneficiários do capitalismo, sem a “ameaça do comunismo”, prometeram um mundo de paz e felicidade. Depois tem sido o que se sabe. As guerras proliferam, e agora cresce o apelo ao aumento de verbas para a “defesa”, serviço militar obrigatório, e para o reforço da NATO, que fez 75 anos. E Portugal, mesmo em ditadura, foi um dos seus fundadores.
Entretanto, a “ameaça do comunismo”, foi substituída pela “ameaça da Rússia”, mesmo capitalista. Putin é diabolizado e considerado um ditador com desejos expansionistas. Deste lado, são todos democratas dos quatro costados. Gente pacífica e sem ambições expansionistas.
A realidade, é um mundo cada vez mais injusto e perigoso.
Portanto, não são os motivos ideológicos que fazem ecoar mais alto os tambores da guerra. São ambições desmedidas. A rapina de matéria-primas, a conquista de posições geo-estratégicas, a sede de poder e de lucro, a hipocrisia e a insensibilidade perante a vida humana.
Os exemplos são mais que muitos. Desde o desmembramento à bomba, da Jugoslávia, à guerra no Afeganistão que deixou no poder os mesmos fanáticos religiosos, à invasão do Iraque baseada numa monumental mentira deixando o país destruído, destruída, ficou também a Líbia, a tentativa do mesmo na Síria. Tudo isto, causando milhões de mortos, estropiados e refugiados. Depois, o apoio aos “democratas” que mantêm no poder em Israel e na Ucrânia.
No primeiro caso, depois do holocausto nazi, o resultado é outra imensa vergonha. Só faltam os fornos crematórios. Um povo a ser dizimado à bomba, à fome e por falta de assistência médica. A grande maioria das vítimas são os mais fracos e indefesos; mulheres e crianças. Nem jornalistas, médicos, funcionários de agências da ONU, pessoal voluntário de organizações assistencialistas, escapam. E em vez de sanções como noutras situações com efeitos até de boomerang, aqui, continua é o fornecimento de mais armas. Nomeadamente, aviões de combate.
E é esta esta gente, com tal moral, que omite os antecedentes que deram pretexto à invasão e à intensificação da guerra na Ucrânia. O massacre da população russófona do Donbass, a quebra dos acordos (de Minsk) que poderiam resolver pacificamente a situação, e o avanço para leste da NATO.
Dos apelos à resolução pacífica do conflito e da paz, nomeadamente do Secretário-Geral da ONU, do Papa, do Presidente do Brasil, de diversas organizações pacificas como o Conselho Português para a Paz e Cooperação, e de milhões de pessoas por todo o mundo que o têm exigido em manifestações, os arvorados defensores da democracia e dos direitos humanos e seus aliados e os mesmos que mandam na NATO, dizem nada. O que os move, é a guerra. Mesmo estando em oposição as principais potências nucleares do mundo. Logo, a vida, a paz mundial.
Alinhando com os acima referidos, e até em oposição à nossa Constituição, Montenegro e depois Rangel, já se apressaram a assegurar a contribuição para a guerra.