No Dia Mundial da Saúde, faz sentido refletirmos sobre como, enquanto sociedade, encaramos a saúde. Estamos realmente a cuidar ou apenas a remediar? Como empresária na área da saúde e bem-estar, vejo diariamente um paradoxo preocupante: investimos cada vez mais em soluções rápidas, mas resistimos a compromissos de longo prazo que realmente fariam diferença na nossa qualidade de vida. Vivemos numa era em que a informação está acessível como nunca. Sabemos que o sedentarismo é um fator de risco, que a prevenção é sempre melhor que o tratamento e que cuidar da saúde desde cedo pode evitar problemas graves no futuro. No entanto, muitos consumidores ainda esperam pelo “alerta vermelho” – a dor incapacitante, o diagnóstico inesperado – para agir. O comportamento do consumidor em relação à saúde mudou.
Hoje, há uma busca crescente por soluções rápidas e imediatas, seja na medicina, na estética ou na qualidade de vida. Queremos resultamos expressivos com o menor esforço possível, e essa mentalidade reflete-se na forma como aderimos (ou não) a tratamentos, programas de prevenção e boas práticas de saúde.
Enquanto empresários e profissionais da área, temos um papel fundamental na educação dos consumidores. Precisamos de criar serviços que, para além de eficazes, ajudem a desenvolver o compromisso dos clientes com a própria saúde. Mas também temos o desafio de combater a perceção de que a saúde preventiva é um custo, quando na verdade é um investimento.
A solução passa por reeducar, reformular serviços e comunicar de forma eficaz. Mostrar, por exemplo, que cuidar do corpo e da mente não deve ser uma ação reativa, mas um compromisso diário. Pequenos passos diários fazem toda a diferença e evitam complicações futuras. No fim, a pergunta que deixo é simples: queremos continuar a remediar ou está na hora de assumir o compromisso real com a nossa saúde?