Racismo. Substantivo masculino. Vocábulo que, segundo o Dicionário Priberam, qualifica a teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação social) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria. A atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com caraterísticas diferentes, nomeadamente etnia, religião, cultura, etc.
A atitude hostil que ainda continua em voga para lá do mundo. A disposição discriminatória que nunca chumba na inspeção dos ignorantes, dos incorretos, dos incertos. A palavra que inúmeras vezes adquire a forma de ação social, crença ou sistema político que considera que raças diferentes devem ser, indubitavelmente, classificadas como inferiores ou superiores. O monstro idiota baseado em estereótipos culturais, associado ao poder soberbo que alimenta o preconceito.
O preconceito existe porque a palavra existe. Ponto. É admitir que devemos julgar alguém pela cor da pele, por exemplo. Observar e trutinar o comportamento em função da orientação sexual. A aclamada homofobia.
O racismo e a homofobia. Conceitos que percorrem a mesma estrada, lado a lado. Quase iguais. A homofobia define o ódio, a relutância que alguns seres alentam contra os homossexuais. A inconsciência dos energúmenos. Ou seja, continuamos na mesma linha da palermice pegada. Não existe uma orientação sexual superior. Existe a igualdade. Existe o mesmo patamar de prestígio. O amor é muito mais que meras palavras ou declarações ambiciosas. O amor também é liberdade. Liberdade de expressão. O amor não pode ser uma distração. Não te deixes afetar. Por dentro de todos os lugares, comporta-te naturalmente perante o preconceito. Os ´outros` apenas querem magoar-te. Recai para não te tornares igual, inalterado. Ignora os caminhos velhos. Os atalhos que ainda persistem. Não te anules. Não pares a tua vida. Emprega a naturalidade como prova do teu amor-próprio. Mostra-te superior às palavras menos saborosas. Não te apouques. A vida é um peito aberto à imensidão do mundo.
Despeço-me com um pequeno excerto do meu livro “Nem todos os amores crescem”: “Assevero o amor. Assume-te. Se és homossexual, encarrega-te de ti mesmo. Aceita a tua orientação sexual. E nunca a opção. Anula o desditoso preconceito. Acarinha-te da melhor forma. A cegueira moral é apenas uma questão de valores sociais. Recebe-te com agrado para que os abraços dos outros consigam beijar-te com o devido respeito, com a real consideração. Exibe a paciência. Adota a demora. O tempo que for necessário, ou essencial. Não deixes de ser quem és, nunca. A culpa não existe. O erro não subsiste. Persiste a vida, o respeito e a felicidade. Os dias sôfregos por haver. Não percas tempo, ou o tempo. Inclui-te. Não te excluas. Não te anules perante o estereótipo. És o único responsável por aquilo que vives, existes. Os outros são apenas os outros. A responsabilidade é tua. Adquire a liberdade, e assim serás livre para respirar, amar, ter, dar e receber. Assume-te. É fundamental para a tua vida. Sê feliz como eu.”
A melhor queda é a queda para o amor. A queda para o livre arbítrio.