PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: Todos ao Jamor!

PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: Todos ao Jamor!

PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: Todos ao Jamor!

, Professor
3 Junho 2024, Segunda-feira
Professor

Desde que me lembro ser gente, a palavra Vitória foi sempre um vocábulo de uso corrente em minha casa e em casa dos meus avós.

O meu avô Carlos, alentejano de Vila Viçosa, veio para Setúbal ainda muito novo. Aqui casou com a avó Júlia, setubalense, e aqui nasceram todos os seus filhos.

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Era o tempo em que o Vitória disputava os seus desafios no Campo dos Arcos. Vitoriano indefectível, não perdia uma partida. Após o fim dos jogos, quando o avô Carlos cruzava a Av. 22 de Dezembro, com a Av. Luísa Todi, minha mãe que estava à janela, percebia logo pelo movimento que dava ao seu guarda-chuva, que trazia sempre consigo, se o Vitória tinha ganho, ou não. 

A primeira manifestação explícita de vitorianismo que presenciei, foi a 4 de Julho de 1965. Tinha 5 anos.

O avô Carlos, de repente, desatou aos gritos de alegria. Nunca tinha visto o meu avô agitar-se dessa forma. Agarrou-me, levantou-me no ar, beijou-me repetidamente e fomos para a rua.

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O Vitória Futebol Clube tinha acabado de vencer aquela que seria a sua primeira Taça de Portugal, vencendo o Benfica por 3-1. O treinador era Fernando Vaz e a equipa era a seguinte:   Mourinho, Conceição, Torpes, Herculano, Carlos Cardoso, Jaime Graça, Augusto, Armando, Carlos Manuel, José Maria e Quim.  

Marcaram pelo Vitória, o carismático José Maria (pai do amigo Niko e avô da minha aluna Beatriz), o “Magriço” Jaime Graça (pai da querida Aida) e o grande Armando.

Foi aí que se deu o clique. Passei a ser um Vitoriano de corpo inteiro.

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Dois anos depois, 9 de Junho de 1967, o Vitória venceu a sua segunda Taça de Portugal, derrotando a Académica, por 3-2, numa maratona de prolongamentos. O treinador era, de novo, Fernando Vaz e a equipa era a seguinte: Vital, Conceição, Leiria, Herculano, Carriço, Tomé, Vítor Baptista, José Maria, Guerreiro, Pedras e Jacinto João.

Marcaram pelo Vitória, o eterno José Maria, o poderoso Guerreiro e o lendário Jacinto João. 

Era o tempo do Vitória europeu. Onze anos consecutivos disputando quase sempre a Taça UEFA.

A 29 de Maio de 2005, o Vitória venceu o Benfica por 2-1. O treinador era José Rachão e a equipa era a seguinte: Moretto, Bruno Ribeiro, Éder, Hugo Alcântara, Auri, Nandinho, Manuel José, Sandro, Jorginho, Ricardo Chaves, Meyong. Marcaram pelo Vitória, Manuel José e Meyong.

A 22 de Março de 2008, no Estádio do Algarve, o Vitória venceu o Sporting por 3-2 e conquistou a primeira Taça da Liga. O treinador era Carlos Carvalhal e o preparador físico, o nosso Luís Martins.

A equipa era a seguinte: Eduardo, Janício, Auri, Robson, Jorginho, Leandro Branco, Paulinho, Elias, Filipe Gonçalves, Ricardo Chaves, Sandro, Bruno Gama, Cláudio Pittbull. Marcaram pelo Vitória Auri, Cláudio Pittbull e Elias.

Hoje, os tempos são outros; ao longo destes anos, as estruturas dirigentes do futebol encararam sempre o Vitória como um empecilho; estavam sempre esperançadas que haveríamos, mais tarde ou mais cedo, de descer de divisão, dada a nossa proverbial instabilidade. Nunca lhes fizemos a vontade.

Em 2020, colocámo-nos a jeito e mesmo tendo vencido em campo a B-SAD, numa semana rapidamente nos enxotaram administrativamente para a 3ª Liga. Ainda tenho presente o ar de satisfação de Pedro Proença quando isso aconteceu.  

Nessa ocasião, o presidente da República de Cabo Verde, Jorge Fonseca, telefonou-me e sentia-se como se lhe tivessem atirado um pedregulho à cabeça.  

O Vitória foi empurrado da 1ª para a 3ª Liga, sobretudo por culpas próprias, por falta de nível, preparação e vitorianismo dos seus dirigentes. E daí para a 4ª Liga.

Agora regressámos à 3ª Liga e vamos disputar a final no Jamor, no dia 10 de Junho. Os contextos são outros; o entusiasmo é o mesmo.

Caros amigos vitorianos; temos aqui uma excelente oportunidade para mostrarmos, sobretudo a nós próprios (mas não só), quem somos, de que fibra somos feitos e que, qualquer que seja a liga onde nos encontramos, estamos aqui, sempre presentes.

 Não sei quando, nem onde, nem como, nem com quem, mas existe algo do qual estou perfeitamente convicto; haveremos de regressar ao lugar que é nosso, por direito.

Vamos inundar o Estádio do Jamor de verde e branco; vamos festejar esse maravilhoso, enorme e inultrapassável clube que é o nosso amado Vitória.

Quer estejamos na 1ª, na 3ª, ou em qualquer outra liga, seremos sempre e em qualquer circunstância, orgulhosamente, vitória Futebol Clube.

Bora lá. Todos ao Jamor!

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