Parece mentira!

Parece mentira!

Parece mentira!

3 Abril 2017, Segunda-feira
Juvenal Danado

Parece mentira que ainda haja quem despreze as autárquicas!

Ó fanáticos da maledicência e do apoucamento, ó descrentes, ó ceguetas, ó ingratos! Pois não vedes a azáfama e a civilização que vai pelas cidades, pelas vilas, pelas aldeias, pelos lugares? Negais como se aprontam e progridem e alindam neste fervor autárquico?

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Parece mentira!

De que duvidais, ervas ruins, calracho do eleitorado? Desdenhais a boa vontade e o zelo e a entrega à causa pública? Reprovais o planeamento?

Curvai-vos aos pródigos que vos estendem as mãos cheias. Olhai as obras e as inaugurações e as festas e as fotos e as entrevistas e a simpatia e os beijinhos e os banhos do povo votante, crente e grato – e ainda a procissão está na igreja. Ah, D. Dinis, Gil Vicente, Luís Vaz, Fernando António, as cantigas, os autos, os sonetos, as odes que este afã teria feito brotar da vossa veia, sublimes e aos milheiros, como brotam as flores na primavera!

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Vede Setúbal, a volta que está a levar, como se compõe, embeleza e moderniza, toda catita.

Abri os olhos, ingratos, apóstolos da desgraça, céticos inveterados, maldizentes crónicos, alarves desencantadores de maroscas onde há dedicação e brio; abri os olhos e vede as não sei quantas rotundas em construção/requalificação, olhai como desaparecem os buracos das vias e se aprontam ruas, praças e calçadas, o carinho no arranjo dos jardins e espaços verdes, as plantações de arvoredo, o esmero na limpeza.

Parece mentira!

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Atentai nas flores que vão desabrochando aqui e ali. Setúbal já vai tendo flores!, apetece-me gritar ao mundo, olhos no céu, num alívio de alma doída de as reclamar. As flores que andaram, as maganas, arredadas desta urbe por decénios, não me perguntem porquê. E as árvores da Avenida Luísa Todi? Há que tempos não escutavam a melodia da motosserra, não sentiam a ternura do serrote, não gozavam o afago da tesoura, as pobrezinhas, digam lá? Já as vistes? Tudo limpinho, até os ninhos dos pintassilgos e verdelhões e milheirinhas e melros, bicheza estúpida, passarinhada abelhuda que desatina a construir casa, chocar postura, criar prole onde lhes apetece, e logo no mês de março!

Ah, Elmano! A inspiração que o frenesim autárquico, esta entrega generosa dos edis e funcionários à tua terra e ao teu povo, não acrescentariam ao teu versejar de vate ilustre!

Ó militantes do abstencionismo, ó maledicentes, ó ceguetas, ó ingratos, ó ímpios! Vós que denegris estas campanhas, acordai e entendei o bem, os bens que nos trazem as autárquicas. Quem dera tê-las em todos os meses de todos os anos. Quem dera!

Parece mentira!

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