Os vendedores da banha da cobra
Durante o século XIX, nuns jovens e independentes Estados Unidos da América, começavam a surgir nas suas zonas mais recônditas, vários povoados mais concretamente no velho oeste.
Estas aglomerações urbanas resultavam da obtenção de mais terras aráveis, garimpagem de ouro, extensão das linhas de caminhos de ferro ou apenas de conquista de terras aos povos autóctones, que as habitavam desde tempos imemoriais.
De tempos a tempos, surgiam nesses povoados alguns indivíduos, montados nas suas carroças que transportavam produtos que, segundo eles, resolviam todas as maleitas, desde a dor de cabeça à sorte no jogo.
Eram os chamados: vendedores da banha da cobra.
No concelho do Seixal, existem especialistas nesta arte, que diga-se, só está acessível a indivíduos com um altíssimo grau de imaginação e criatividade.
Nas últimas eleições autárquicas, a CDU perdeu uma Junta de Freguesia para o Partido Socialista, neste caso: Fernão Ferro. Com a dor da perca, tem o município reduzindo cada vez mais os apoios financeiros. Como exemplo diria, que há cerca de 10 anos, a Junta de Freguesia de Fernão Ferro recebia cerca de 400 mil euros de financiamento autárquico e hoje, recebe pouco mais de 200 mil.
Quanto à Junta de Freguesia de Corroios, pela primeira vez o sufrágio resultou num empate técnico entre eleitos da CDU e do Partido Socialista. Como o primeiro orçamento apresentado por este executivo foi chumbado pela maioria da oposição, durante um ano, a CDU carpiu as suas mágoas e, onde podia, fazia-se de vítima e contestava a suposta irresponsabilidade da oposição, que acusava de entrave ao desenvolvimento.
Na Câmara Municipal o caso é diferente e mais bicudo. Tudo começou com o abandono pelo Presidente eleito para o cargo, Joaquim Santos, apenas 9 meses depois da sua eleição, com argumentos absolutamente inócuos. O Presidente atual, Paulo Silva, viu-se a braços com uma série de problemas.
Ultimamente, após um orçamento chumbado, convidou (pasme-se), um eleito ex-Chega (cujo programa eleitoral foi sufragado pelos eleitores da extrema-direita), a integrar o executivo da Camara Municipal, oferecendo-lhe uma Vereação a tempo inteiro, com vista a garantir que o orçamento passaria.
Na Assembleia Municipal, o orçamento voltou a chumbar e a estratégia do Presidente da Câmara falhou.
Desde então, a gestão CDU faz-se de vítima, nunca têm culpa de nada, e é na nefasta oposição que residem todos os males do mundo. Em qualquer que seja o local onde marquem presença fazem o chamado “choradinho do costume”, quer seja num concerto com milhares de pessoas, ou numa reunião com uma direção de uma associação com cinco elementos. Como se isto não bastasse, qualquer que seja o investimento da responsabilidade do Governo, assumem-no como se fosse da sua responsabilidade.
E assim vão os vendedores da banha da cobra no Seixal, ontem como hoje, a insultar a inteligência das populações e a vender sonhos em troca de uma mão cheia de nada.