O Vitória, Fernando Oliveira e as minhas responsabilidades

O Vitória, Fernando Oliveira e as minhas responsabilidades

O Vitória, Fernando Oliveira e as minhas responsabilidades

, Professor
21 Setembro 2020, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Quando se chega a esta situação em que se encontra o Vitória Futebol Clube, todos nós devemos fazer uma reflexão, um acto de contrição, relativamente às responsabilidades de todos e de cada um de nós.

Apontar o dedo aos outros será sempre mais fácil do que olharmo-nos ao espelho.

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Tenho com Fernando Oliveira uma relação de estima. Tal não me impede de procurar analisar o seu percurso. E o meu; como cronista, sócio e membro do Conselho Vitoriano (CV).

Sem filtros, omissões, ou “memória selectiva”.

Por diversas vezes neste espaço de opinião, mencionei Fernando Oliveira sempre de forma positiva, porque entendia ser uma das pessoas mais indicadas para ser presidente do Vitória. E também por falta de alternativas, porque em muitas eleições concorreu sozinho, como iremos ver.

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Em 1986, quando o Vitória desceu de divisão, Fernando Oliveira concorreu sozinho, numas eleições que foram muito participadas, contratou Malcolm Alisson e Roger Spry e subiu de divisão logo no ano seguinte (1986-1987), seguindo-se uma equipa de estrelas, onde pontificavam Meszáros, Jorge Martins, Crisanto, Quim, Edmundo, Jorge Ferreira, Flávio, Dito, Jaime Pacheco, Mladenov, Jordão, Manuel Fernandes, Aparício, Vítor Madeira e Roçadas, entre outros.

Fernando Oliveira saiu em 1990-1991, com o Vitória, de novo, na 2ª Liga. Seguiram-se-lhe Manuel Aurélio Cruz, Justo Tomás, Sousa e Silva, Henrique Cruz, Jorge Goes, Chumbita Nunes.

Em 2006, o seu nome esteve apontado para concorrer às eleições, tendo como oponente Jorge Santana, não chegando a concretizar essa intenção.

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Jorge Santana efectuou um mandato incompleto (2006-2007), seguindo-se três comissões de gestão: Carlos Costa (2007), Luís Lourenço (2008) e Fernando Oliveira (2009).

Ainda nesse ano de 2009, Fernando Oliveira concorreu sozinho aos órgãos sociais do Vitória, efectuando um mandato completo (2009-2012).

Concorreu, de novo sozinho, em 2012. Nessa altura, a seu convite, entrei para o CV, que é um órgão consultivo, tendo sido eleito seu presidente, na primeira reunião ocorrida, em Setembro de 2013.

Ainda não tinha aquecido o lugar, e logo em Janeiro de 2014, Júlio Adrião surgiu como alternativa aos órgãos sociais eleitos em 2012.

Fernando Oliveira demitiu-se. Novas eleições, em Março de 2014; vitória de Fernando Oliveira. Mandato completo (2014-2017). No CV foi eleito Chumbita Nunes.

Em 2017, decorreram eleições que opuseram Fernando Oliveira a Vítor Hugo Valente e a António Santos. Nova vitória de Fernando Oliveira.

Em Setembro de 2017, fui eleito, de novo, presidente do CV. Desta vez, não me cheguei a sentar, uma vez que em Novembro desse ano Fernando Oliveira demitiu-se, alegando falta de condições.

Novas eleições, ainda em 2017, que culminaram com a eleição de Vítor Hugo Valente, mandato incompleto (2017-2020), uma vez que quase todos os membros da sua direcção, nomeadamente Paulo Gomes, se tinham demitido antes do fim do mandato. Pedro Gaiveo Luzio tinha feito o mesmo, algum tempo antes.

Em todas estas eleições (1986, 2009, 2012, 2014 e 2017), votei sempre em Fernando Oliveira.

Sequenciei cronologicamente os principais acontecimentos, para que se possa ter uma visão integrada.

Quanto aos mandatos de Fernando Oliveira, os que o antecederam (desde Justo Tomás) e sucederam (até Paulo Gomes), torna-se imperiosa a realização de auditorias, para que, de facto, se possa perceber o que tem vindo a suceder ao Vitória.

Para se saber, mas também para que se não voltem a cometer os mesmo erros.

Quanto a mim, como membro do CV e professor, um dos meus grandes objectivos estratégicos era aproximar o Vitória das escolas, inserindo diversas iniciativas nos respectivos planos anuais de actividades.

O Vitória tem de saber cativar os jovens, o que não acontece. Com a instabilidade evidenciada anteriormente, nem sequer tive oportunidade de começar.

A aproximação do Vitória às escolas do Concelho é, cada vez mais, um imperativo. Todavia, nunca foi feito nada a sério nesse domínio. Estamos a perder os miúdos; são do Benfica (quase todos), Porto e Sporting (em menor número).

As reuniões do CV em que participei, foram sempre reuniões muito espaçadas temporalmente, onde as permanentes dificuldades financeiras eram sempre assuntos recorrentes.

Contudo, entendo que devia ter feito mais. Devia ter sido mais interventivo e ter agido de outra forma.

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