O estado atual do futebol no distrito de Setúbal

O estado atual do futebol no distrito de Setúbal

O estado atual do futebol no distrito de Setúbal

6 Março 2024, Quarta-feira
Mestre em Treino Desportivo de Alto Rendimento

Nos últimos tempos, voltei ao futebol, agora como espectador. Tive a oportunidade de assistir a dois clássicos do futebol do nosso distrito, o Grupo Desportivo Fabril/Futebol Clube Barreirense e o Futebol Clube Barreirense/Vitória Futebol Clube.

Na companhia do meu pai, senti a festa do futebol, observei longas filas para entrar, bancadas repletas de adeptos vibrantes, a felicidade dos que vencem e a tristeza dos que perdem, aqueles que manifestam de forma exuberante a sua discordância para com as decisões do árbitro, vi também expresso no olhar dos mais velhos, a saudade de outros tempos.

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Longe vão os tempos, em que o distrito de Setúbal tinha uma forte representação de clubes na primeira divisão nacional de futebol, suportados por uma forte indústria que na época era a principal atividade económica da região e por um movimento associativo muito forte, sendo que a realidade do futebol é indissociável da realidade social e económica.

Nesses tempos, sem a lei Bosman, era no mercado interno que os grandes clubes recrutavam os seus melhores jogadores, sendo o distrito de setúbal, um autêntico viveiro de jogadores. Entre outros, Fernando Tomé, Octávio Machado, Carlos Manuel, Chalana, Frederico, Bento, José Luís, Jorge Martins, Sérgio Louro, Manuel Fernandes, Oliveira, Nunes, Diamantino, Hernâni, Fernando Mendes e Futre, não esquecendo os muitos árbitros internacionais, nomeadamente Carlos Valente, presente em dois Mundiais.

Na atualidade, o distrito de Setúbal apresenta uma equipa na Liga 3 e três equipas no Campeonato de Portugal, e não se vislumbra no curto prazo uma oportunidade de regresso à primeira liga. Na arbitragem temos um árbitro na primeira liga, na formação, Setúbal não apresenta qualquer equipa na fase de apuramento do campeão. Perante esta realidade o que fazer?

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Parece-nos que a aposta na formação, tem de ser o caminho, assim como recrutar mais jovens árbitros e retê-los na atividade. Por outro lado, apostar na qualificação de dirigentes, propor a criação da figura do monitor de futebol para as camadas mais jovens. Hoje, um curso de treinador apresenta um custo elevado e a procura é maior do que a oferta.

Neste contexto, urge criar-se um espaço de debate de ideias através da organização do congresso do futebol, onde todos possam ser ouvidos e ser parte integrante de um novo projeto para o futebol distrital, onde o futebol feminino, o futsal, o futebol de praia, o walking football e o futebol adaptado deverão fazer parte, convidando os empresários do distrito a estarem presentes e a promover os seus bens e serviços.

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