A equipa de Corfebol Adaptado do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho (CCRAM), pelo segundo ano consecutivo, ficou em primeiro lugar na fase final de apuramento da Zona Sul da modalidade, conseguindo assim, mais uma vez, ser aprovada para o Campeonato Nacional.

A prova teve lugar no Pavilhão Municipal do Alto do Moinho, em 22 de Junho. Além da equipa da casa, participaram as da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Portalegre, da Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inserção Da Moita Barreiro (CERCIMB), da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines e da CERCIBEJA.

Segundo a Federação Portuguesa de Corfebol, a modalidade começou a praticar-se no nosso país, há cerca de 40 anos. Portanto, é relativamente recente.

No CCRAM, ela tem10 anos. Primeiro, apenas com duas equipas regulares que disputam a 3.ª Divisão. E há sete anos, formou-se a do Corfebol Adaptado, já com 25 atletas de idades compreendidas entre os 19 e os 45 anos, oriundos de instituições da área do apoio à deficiência, sediadas no concelho do Seixal. A Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal ( APCAS), a Associação Nacional de Pais e Amigos Rett (ANPAR) e a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Seixal e Almada (CERCISA).

Esta equipa do CCRAM, estreou-se num torneio nas Seixalíadas de 2017 e desde aí, sempre participou naquela grande iniciativa desportiva que extravasa, e muito, o âmbito concelhio.

A modalidade, parecida com o basquetebol, mas onde os cestos não têm tabelas, as equipas são formadas por 4 atletas e com uma particularidade interessante: são mistas. Dois homens e duas senhoras.

Mas o mais interessante de tudo, segundo a treinadora, Paula Antunes, o secessionista de atletismo e coordenador do Corfebol, Marcos Faustino e da técnica de desporto da Câmara Municipal do Seixal, Drª Raquel Salgueiro, é o entusiasmo, a alegria, que estes atletas sentem nos treinos, nos jogos e, claro, ainda mais, com as vitórias. De tal forma, que todos são unânimes em reconhecer os efeitos altamente positivos que a prática da modalidade e tudo o que a envolve, lhes proporciona. Uma autêntica terapia com evolução marcante no plano físico e, sobretudo, mental.

A Câmara do Seixal, é pioneira no apoio ao desporto adaptado. Desde 2005 que o faz. Segundo Marcos Faustino, o homem que me desafiou a escrever o presente artigo de opinião, esse apoio, neste caso concreto, tem sido fundamental. Importante, também, é o da Junta de Freguesia de Corroios.

São exemplos como estes, que valorizam instituições e técnicos, que contribuem para minimizar ou melhorar significativamente, como é o caso, as “diferenças” destes nossos concidadãos e até como exemplo, merecem toda a divulgação e aplauso. E os benefícios não são apenas para eles, tornando-se mais inclusivos e aptos, para além da satisfação e realização de quem com eles trabalha, ganha até a sociedade que se torna mais humana e justa.