Dados oficiais (INE) revelam que o risco de pobreza aumentou no ano de 2020, de 16,2% em 2019, para 18,4% em 2020, sendo mais acentuado nas mulheres, nos idosos, nas crianças e jovens.

O risco de pobreza nas pessoas em situação de desemprego aumentou em 2020, alcançando os valores de 2017 e 2018 e o risco de pobreza junto dos trabalhadores aumentou para 11,2%, sendo o valor mais elevado dos últimos 10 anos. O risco de pobreza aumentou igualmente para as famílias monoparentais.

A epidemia acentuou desigualdades e agravou as condições de vida dos trabalhadores, dos idosos, das mulheres e das crianças e jovens. Como tivemos oportunidade de afirmar, não estávamos todos no mesmo barco, nem iria ficar tudo bem.

Houve quem, a pretexto da epidemia, em particular os grupos económicos e o patronato atacasse direitos e rendimentos para aumentar os seus lucros. Agora pretendem utilizar a guerra e as sanções, com o mesmo objectivo.

O aumento do custo de vida, em particular o aumento dos preços dos combustíveis já era uma realidade no ano passado. Vem-se agora procurar justificar o aumento dos preços dos combustíveis com a guerra e as sanções, quando o combustível que agora está a ser vendido foi adquirido muito antes da guerra a preços muito mais baixos.

Esta situação evidencia bem como a guerra e as sanções, estão desde já a ser o pretexto para a especulação de preços.

Foi anunciado o aumento do custo da electricidade, do gás e de outros bens essenciais. Contudo, as medidas adoptadas pelo Governo são insuficientes. É preciso uma intervenção firme na regulação dos preços, nomeadamente na definição de preços máximos, que o Governo recusa, para não enfrentar os interesses dos grupos económicos.

A vida está muito mais cara.

É preciso combater a pobreza, as desigualdades e as injustiças.

O combate à pobreza exige o combate às suas causas estruturais. Não se resolve com medidas de carácter assistencialista ou caritativo, mas sim através da elevação das condições de vida de todas as pessoas.

O combate à pobreza exige a valorização do trabalho e dos trabalhadores, o aumento de todos os salários, a valorização das pensões e a recuperação do poder de compra perdido, uma política de desenvolvimento económico do País, e a justa redistribuição da riqueza criada, que permita a melhoria das condições de vida.

Não podemos aceitar que sejam os trabalhadores e o povo a suportar os lucros dos grupos económicos. Nem podemos aceitar a complacência do Governo com a especulação de preços, que só contribuem para o empobrecimento dos trabalhadores e do povo.

Junta a tua à nossa voz – contra o aumento do custo de vida, pela definição de preços máximos, pelo aumento de salários e pensões, por condições de vida dignas.