24 Julho 2024, Quarta-feira

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O Bispo Manuel Martins é inesquecível

O Bispo Manuel Martins é inesquecível

O Bispo Manuel Martins é inesquecível

24 Setembro 2021, Sexta-feira
Eugénio Fonseca - Presidente do Conselho Vitoriano

Hoje, passam quatro anos do momento em que o primeiro Bispo de Setúbal deixou este mundo. Pousou a sua cabeça no meu braço, suspirou profundamente, e atravessou para a outra margem da Vida, na qual sempre acreditou com “jubilosa esperança” e, apesar de ser um mistério, pela sua palavra, mas por muitos dos seus gestos de fraternidade, fez com que muita gente experienciasse momentos dessa Vida Nova já neste mundo.
As esperanças que semeou, a paz pura que procurou proporcionar em diferentes contextos, a justiça por que gritou, o amor fraterno que ofereceu sem fazer distinção de ninguém, não foram mais que “pedacinhos do Céu” que, através dele, Deus enviou até nós.
Ele sabia que o dia da partida, haveria de chegar. Ele próprio o disse: «É verdade. A vida é isto: vir, estar e partir. Bem-aventurados os que vindo e partindo, foram capazes de dar alma e sentido de vida a todos nós.»
Li no órgão oficial da nossa Diocese que foi criada uma comissão instaladora da já, há muito, anunciada Fundação D. Manuel Martins. Fiquei satisfeito. É mais um passo. Sobre o que gostaria que fosse esta Fundação já deixei escrito no prefácio do livro “Nascemos Livres”, editado pela Fundação Spes, a 20 de Janeiro de 2018, quatro meses após a sua partida, e no jornal O SETUBALENSE, a 15 de Dezembro de 2017.
Ao reler a afirmação do Bispo Manuel Martins, transcrita anteriormente, pensei que todos os objectivos desta Fundação se poderiam resumir no desejo expresso pelo seu patrono, ou seja, que venha a ser capaz «de dar alma e sentido de vida a todos nós» e que este “nós” sejam mesmo todos: crentes e não crentes, pessoas de qualquer classe social, com ideologias e culturas diferentes, imigrantes e refugiados… Que seja fecunda a missão deste novo organismo que nasceu para honrar a memória de D. Manuel.
Daqui a dois dias somos convidados a eleger quem governará as juntas de freguesia e os municípios deste país. Sinto o nosso primeiro bispo a dizer-nos: “Por favor, não deixem de votar”.
É o que eu penso e não me enganaria, mas transcrevo-vos parte de um texto, a este propósito, com data de 26 de Maio de 2017, que ele escreveu no livro já referido: «Aproximam-se as eleições autárquicas. Já tudo ferve. Estas eleições dizem-nos respeito imediato. Tocam-nos de perto, porque vamos escolher aqueles que irão ser os directamente responsáveis pela nossa terra, deles e nossa. O poder autárquico é considerado uma das maiores conquistas do 25 de Abril. Portugal transformou-se, por completo, logo que puseram nas mãos da gente da terra os seus destinos. (…) Termino com um obrigado muito sincero a quantos , sabe Deus, às vezes, com que sacrifício, se dispõem a servir o meu país.». Que esta mensagem possa chegar ainda, antes de domingo, a todas e todos os candidatos.
Há quatro anos Manuel Martins apenas se ausentou, fisicamente, do nosso convívio, porque é muito gratificante ter tantas evidências que ele continua bem vivo na memória e no coração de tanta gente. Assim, há-de continuar a ser.

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