É com grande satisfação que volto a saudar mais um aniversário do jornal O SETUBALENSE Uma bonita idade que atravessou várias gerações. Sobreviveu a vários períodos conturbados da história contemporânea, um feito, julgo eu, que mais nenhum outro órgão de comunicação social de Portugal continental conseguiu. As 168 velas que a actual direcção vai ter de soprar, contam, cada uma delas, uma história da sua longevidade.
Importa referir, sobretudo pela relevância do facto, que sobreviveu a mudanças de regime de várias índoles e ideologias, a crises económicas e sociais, a muitas prováveis tentativas de silenciamento, mas nunca desistiu. Está cá, firme, a contribuir de forma activa para o acompanhamento jornalístico da vida política e social da região de Setúbal. Se quisermos um dia escrever a história dos últimos 168 anos do distrito de Setúbal, O SETUBALENSE será seguramente uma boa fonte de consulta para perceber todo o desenvolvimento do distrito.
Este papel, normalmente ignorado pela comunicação social nacional massificada, é um contributo precioso para dar voz a todos aqueles que, de outra forma, nunca a teriam.
O debate de ideias, a troca de opiniões, a diversidade de visões e projectos com que cada município do distrito encara as suas realidades, têm sido presença constante nas suas páginas.
Numa fase difícil que a comunicação social atravessa, conseguir pluralidade na informação é um valor precioso que se acrescenta à democracia. Não cair na tentação do sensacionalismo, filtrar devidamente a informação que chega aos leitores, um dos mais valiosos serviços que a imprensa presta, no fundo, credibilizar a informação, é o valor mais importante pelo qual O SETUBALENSE deve constantemente lutar.
Aborda questões polémicas e discordâncias várias? Sim, com certeza. Mas não é esse também o papel de um órgão de comunicação? Provocar o debate, a troca de ideias, os vários pontos de vista? Dar oportunidades aos diversos interlocutores, sempre na óptica da informação verificada sem aquela propensão ao sensacionalismo que tanto tem contribuído para o descrédito dos meios de comunicação?
Os jornais reflectem a opinião da sociedade. Confundir a mensagem com o mensageiro não é uma boa prática. Nós leitores, temos também de ser críticos, perceber o mecanismo da informação e, no meio de todas as notícias, opiniões, factos e contra factos, sabermos retirar daí as nossas próprias conclusões.Quem percorreu 168 anos de história, está seguramente firme para prosseguir o caminho do futuro. Parabéns!
Presidente da Câmara Municipal de Alcochete