Em ano de eleições locais que projetos e estratégias se traduzem em melhor vida para as pessoas nas suas terras? Mas a questão fundamental não é só esta. É obrigatório avaliar a eficácia e o efeito dos investimentos que apelam à qualidade de vida das pessoas. As origens da conceção mais moderna do desenvolvimento regional/local são múltiplas, heterogéneas, às vezes contraditórias, e quase sempre dispersas no tempo e no espaço.
Ou seja, não basta gastar dinheiro, como todos bem sabemos. Alguma evolução na qualidade da ação no terreno muitas vezes não passou de retórica. Por exemplo: “desenvolvimento inteligente” ou, mais pomposamente, “estratégia de eficiência inteligente”. Ainda estamos para ver o que é isto na prática. Sabendo que a estratégia é a forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório e visando os resultados, percebemos que tudo, ou quase, foi ao contrário. Muito menos foi feita uma análise séria à eficácia do dinheiro gasto – não escrevo, propositadamente, investido. O desafio não é novo num país rico em preconceitos culturais, ideológicos e políticos, é fundamental que se redefinam, desde já, alguns conceitos essenciais. Território é muito mais que circunscrição administrativa, é um ecossistema vivo e social que deve ser vivido; gestão e ordenamento do território não são a mesma coisa, mas são ambos essenciais à ação; desenvolvimento não é crescimento, é muito mais vida. Só com um trabalho muito sério a nível local, formando redes regionais, conseguiremos evitar efeitos depredadores de “dependência” e degradação ecológica e cultural.
Senhores autarcas e candidatos a autarcas, a bem das vossas terras e gentes, por favor, sejam exigentes e competentes. A bem de todos, assim seja.