Economia

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19 Maio 2021, Quarta-feira
Fernando Negrão

O desenvolvimento económico é um fator fundamental de afirmação de uma sociedade, sendo a mesma mais próspera e dinâmica quanto maior o bom desempenho da sua economia. É a economia que gera trabalho e riqueza, permitindo, com a arrecadação de receita fiscal, a redistribuição do rendimento e também o financiamento das políticas públicas de apoio aos mais desfavorecidos.

Este é um debate político que é importante fazer, não só nas sociedades modernas em geral, mas também em contexto local num momento em que acrescem nas autarquias novas competências, designadamente nas áreas da educação, da saúde e da organização do território.

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Setúbal está à vista que tem condições excecionais para a criação de riqueza, atendendo principalmente à sua localização geográfica, à densidade populacional e à reconversão industrial que conseguiu efetuar.

Setúbal tem vindo a descolar-se da tremenda evolução tecnológica das últimas décadas, não tendo conseguido acompanhar os mais recentes modelos de produtividade e organização industrial, como é o da indústria 4.0, o que vai originar a perda da afirmação da automação industrial como um elemento produtivo e competitivo fundamental.

Setúbal tem de se centrar, apoiar as novas tecnologias emergentes e, em particular, o desenvolvimento exponencial da Inteligência Artificial no contexto industrial, é esse foco que tem de nos obrigar a fazer evoluir as políticas municipais de modo a manter o foco na implementação de uma sociedade centrada nas pessoas e na criação de riqueza.

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Neste contexto destaco quatro pontos centrais: o da Digitalização das PME’s com objetivo permitir a estas empresas ao longo das suas cadeias de abastecimento melhorar produtos e serviços, reduzindo custos; gerindo operações de forma mais eficiente graças à monitorização do desempenho da produção que as novas tecnologias oferecem. O segundo ponto é a valorização e implementação de ambientes de produção industrial 4.0, sobretudo no que diz respeito a organização do trabalho. Hoje, as principais industrias mundiais, as principais produtoras de riqueza para os países onde estão instaladas e para os seus trabalhadores tem de ter sistemas e estruturas perfeitamente sincronizadas com este tema.

E essa sincronização começa com a Formação. O município tem de acompanhar as empresas para que a transição para este novo paradigma da indústria 4.0 assegure o investimento em programas de formação contínua e desenvolvimento que capacitem os trabalhadores de forma que ganhem vantagens competitivas com as novas ferramentas e tecnologias e que possibilitem a captura e reutilização sistemática do seu conhecimento.

Por último, o tema da Realidade Aumentada. A sociedade de hoje tem de se estruturar para novos sistemas baseados em realidade aumentada que podem ser motor de desenvolvimento económico acelerado. Estes novos sistemas irão suportar uma variedade adicional de serviços, tais como selecionar peças em um armazém ou enviar instruções de reparação por meio de dispositivos móveis.

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Embora estes sistemas estejam atualmente numa fase inicial, no futuro, o uso da tecnologia da Realidade Aumentada no ambiente industrial será muito mais amplo, visto que as empresas já constataram que a sua utilização pode oferecer vantagens significativas na redução da dependência, bem como na melhoria do controle da qualidade.

Para atingir estes objetivos, Setúbal tem de maximizar as capacidades de formação de entidades como o Politécnico de Setúbal, aproximando-as das empresas como a parceria que acontece com a Lauak. A Fundação Escola Profissional de Setúbal (de responsabilidade da Câmara) tem também um papel importante e ativo neste processo.

O município tem que ser um agente de fomento para a instalação e manutenção de empresas no concelho através dos parques empresariais industriais que se encontram localizados em Setúbal.

O IEFP tem de ser um dos principais agentes sempre a perfeita articulação com todas estas entidades e população para que a economia, que gera trabalho e riqueza, redistribua rendimentos e financie as políticas públicas de apoio aos mais desfavorecidos.

Setúbal tem, sobretudo de reter e atrair mais jovens qualificados e os que se querem qualificar para terem uma vida melhor.

O município tem de vencer a preguiça dos últimos 20 anos e tem a obrigação de fazer tudo ao seu alcance dar a todos os jovens um futuro melhor e essa aposta deve privilegiar o investimento nas novas tecnologias onde a qualidade do emprego é substancialmente maior nas suas condições, entre as quais na remuneração.

Parte da linguagem usada neste artigo parece nova, mas não é pois é hoje usada por todo o mundo desenvolvido onde se oferecem as melhores condições de vida a quem nela vive. E é aí que queremos estar!

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