É tempo de mudança

É tempo de mudança

É tempo de mudança

, Ex-bancário, Corroios
23 Janeiro 2024, Terça-feira
Francisco Ramalho

Sabia-se, o novo ano não trouxe mudanças positivas. Antes pelo contrário, trouxe até mais aumentos de tudo o que é essencial.
Claro que a mudança de calendário, não altera nada. Significa apenas que ficamos mais velhos. Os que por cá continuamos. Ainda bem!
As imorais assimetrias sociais, escandalosamente, aumentam incessantemente. Segundo o mais recente relatório da Oxfam, os 1% mais ricos do mundo, arrecadaram ⅔ da riqueza produzida em 2020. E os cinco mais ricos, aumentaram em 114% as suas riquezas, enquanto os 5 mil milhões mais pobres, empobreceram ainda mais. É o capitalismo em todo o seu esplendor.
Mas, entre nós, mesmo com o PS no poder, o capitalismo também provocou e continua a provocar o seu efeito predador. No seu artigo de opinião “Combater o Aumento do Custo de Vida: É Hora de Avançar” de 16 deste mês, aqui em O SETUBALENSE, dizia a deputada do PCP, Paula Santos, depois de fazer referência aos novos aumentos de preços dos bens e serviços essenciais conhecidos no início do ano: “São os mesmos de sempre a suportar o aumento do custo de vida (…) enquanto os grupos económicos continuam a acumular lucros e a apropriar-se da riqueza criada pelos trabalhadores. Só nos primeiros meses de 2023, os principais grupos económicos obtiveram 25 milhões de euros de lucros por dia”.
E informava que o seu partido propôs “o controlo e a redução de preços dos alimentos, a limitação da atualização das rendas em 0,43% nos atuais contratos e nos novos contratos, a redução do IVA das telecomunicações para 13%, a limitação da atualização do valor das portagens correspondente ao valor de 2022, a gratuitidade dos medicamentos para as pessoas com doenças crónicas, com mais de 65 anos e com insuficiência económica e que os lucros da banca suportem o aumento das taxas de juro, em vez de aumentar as prestações à banca das famílias que têm crédito à habitação”.
Pois bem, PS, PSD, IL e CH, votaram contra.
Como se constata, o argumento de que não há dinheiro, que o País não tem recursos, é falso.
E é inadmissível que, conforme documento da CDU distribuído à população, além de outras injustiças apontadas, “3 milhões de trabalhadores recebam menos de mil euros brutos, 345 mil crianças vivam abaixo do limiar da pobreza, 72% dos pensionistas tenham reformas até 500 euros, faltem mais de 120 mil vagas em creches públicas, haja 1,7 milhões de pessoas sem médico de família”.
O País tem recursos e muito mais teria se fossem mais bem geridas e aproveitadas todas as suas potencialidades. Por exemplo, a seca no Algarve. É verdade que devido às alterações climáticas chove lá e no Alentejo, cada vez menos. Reclama-se transvazes do Alqueva. Então e as culturas intensivas que além de consumirem tanta água, esgotam os solos, Justificam-se? E dessalinizadoras não arrancaram já porquê?
Entre tantos, apenas este exemplo atual.
Não será já tempo de mudança?
Não devemos eleger quem faz propostas justas e corretas?
Não é mais que necessário uma política patriótica e de esquerda?

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