É possível condenar os efeitos, mas não ignorar as causas!

É possível condenar os efeitos, mas não ignorar as causas!

É possível condenar os efeitos, mas não ignorar as causas!

16 Março 2022, Quarta-feira
José Luís Ferreira

Como é publico, e honrando a sua génese pacifista, Os Verdes condenam a ação belicista da Rússia contra a Ucrânia, como condenaram e condenam todas os conflitos que temos vindo a assistir, seja na Palestina, no Iraque, na Síria ou em qualquer outra região do mundo.

E tal como para os outros conflitos, também para o que se vive na Ucrânia, é absolutamente imperioso que todas as partes procurem soluções diplomáticas.

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A resposta não pode ser militar, porque um mundo de paz só é possível com políticas para o desarmamento, a desnuclearização, a solução negociada dos conflitos e o respeito pelas liberdades e direitos humanos.

Por isso se exige que todas as partes se envolvam, pela via diplomática do diálogo e sob a égide da ONU, num esforço colectivo para encontrar caminhos que consigam trazer a paz o mais rapidamente possível.

Essa deve, aliás, ser também a tarefa principal do Governo português, agir de forma a favorecer o fim da escalada de confrontação, a solução negociada dos conflitos internacionais, a paz e o desarmamento, em consonância com a nossa Constituição.

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Ora, decidir a aquisição de mais 500 milhões de euros em armamento, como fez a União Europeia e o Governo português, não é de todo, promover o caminho da paz, bem pelo contrário, é insistir no caminho da Guerra, ou como dizemos por cá, é “deitar achas para a fogueira”.

Por outro lado, como em todos os conflitos, não podemos embalar exclusivamente na narrativa mediática nem em visões parciais. O problema não começou agora, é mais profundo e ultrapassa o Leste da Europa.

Não podemos, por isso, ignorar o papel da NATO, dos EUA e da UE na desestabilização da região ao longo dos anos.

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O bom senso mostra-nos que é possível condenar os efeitos, mas não ignorar as suas causas e deveria levar-nos a rejeitar sanções instrumentalizadas ou objecto de especulação, enquanto os povos são fustigados, sobretudo quando todos sabemos que quem sofre com essas sanções são os povos.

Mas esta guerra convoca-nos ainda a reflectir sobre vários temas, desde logo com a notícia recente do Parlamento Europeu pretender “acabar” com os regimes de concessão de nacionalidade por investimento financeiro, os tais vistos gold.

Um mecanismo injusto e imoral, que transforma direitos fundamentais em mercadorias que se compram com investimentos.

Sucede que os Partidos que agora se regozijam por votar a favor no PE de uma Resolução que em bom rigor não acaba com coisa nenhuma, há cerca de quatro meses atrás, na Assembleia da República, votaram contra a proposta dos Verdes que pretendia exactamente revogar o regime dos vistos gold.

Recorde-se que essa proposta dos Verdes mereceu os votos contra do PS, PSD, CDS e IL, sendo que o Chega não participou na votação.

Por fim, consideramos que a UE faz muito bem em abrir as portas aos refugiados ucranianos, mas seria bom que esta “boa vontade” da UE significasse uma alteração nas políticas da união relativas às migrações, para que no futuro mais nenhuma criança, mais nenhum Alan Kurdi, morra nas águas do mediterrâneo.

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