Chegará o dia das surpresas

Chegará o dia das surpresas

Chegará o dia das surpresas

, Ex-bancário, Corroios
26 Setembro 2023, Terça-feira
Francisco Ramalho

Com um grande e entusiástico desfile no Jardim de Santa Marta do Pinhal até ao Parque Urbano da Quinta da Marialva, iniciou-se no passado sábado a 40.ª edição da Seixalíada. Até 21 de Outubro, milhares de atletas de diversos escalões etários, incluindo desporto adaptado, irão competir em mais de 60 modalidades.

Trata-se do maior evento desportivo popular a nível nacional. É organizado pela Câmara Municipal do Seixal, contando com a participação das juntas de freguesia e do Movimento Associativo do  concelho. Por sua vez, no Parque Urbano da Quinta da Marialva, acontecem regularmente dois dos maiores eventos do género a sul do Tejo: as Festas Populares de Corroios e a Mostra Mensal de Atividades Económicas. E na freguesia ao lado, no mesmo concelho do Seixal, na Amora, como se sabe, anualmente, decorre o maior evento, político, cultural, desportivo e gastronómico de Portugal; a Festa do Avante.

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Nestes dias sombrios que vivemos e com perspetivas quiçá ainda mais negras, com enormes dificuldades praticamente em todos os setores da vida nacional, no Ensino, com muitos milhares de alunos ainda sem professor a uma ou mais disciplinas por falta deles e com os mesmos continuando os seus protestos por condições mais dignas e por uma melhor Escola Pública. Na Saúde, com o   respetivo Serviço Nacional, definhando por falta de apoio e organização a engordar os privados e a deixar milhões à espera de uma consulta ou de qualquer intervenção mais ou menos urgente e indispensável. Com a enorme crise na habitação atingindo tanta gente, nomeadamente os jovens que não conseguem uma casa para iniciar a sua nova vida, os estudantes, não podendo os seus pais desembolsar centenas de euros por um quarto, deixando de frequentar os cursos que pretendem e tantas famílias já não tendo possibilidade de pagar os incomportáveis juros aos bancos. E apesar de tudo isto e muito mais, os grupos económicos dos diversos ramos incluindo a banca, a arrecadarem lucros fabulosos.

Perante tão injusta e negra situação, não será justo reconhecer-se os que para além de apresentarem propostas para sairmos dela, gerirem com responsabilidade e eficácia instituições para que foram eleitos, como autarquias, sindicatos, coletividades, e criam eventos tão importantes para as populações, para artistas, desportistas, comerciantes? E mais, não terá esta gente, capacidade para gerir o país melhor dos que se alternam no poder há décadas e o deixaram chegar a tal estado injusto e assimétrico?

Claro que há eleições e vivemos em democracia. Pois é! Mas numa democracia condicionada.

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Se existissem rádios, televisões e mais jornais isentos e pluralistas como este, a resposta popular nas urnas, seria igual? É o quarto poder (comunicação social) a fazer com que ela, a democracia, seja condicionada.

Que fazer? Denunciar por todos os meios possíveis e legais, manter a mesma atitude, e  mais tarde ou mais cedo, como disse o poeta, chegará o dia das surpresas.

Não manipularão sempre o povo.

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