Carta a Hugo Pinto

Carta a Hugo Pinto

Carta a Hugo Pinto

, Professor
5 Novembro 2021, Sexta-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Caro Hugo Pinto.
Antes de centrar a minha atenção em si, gostaria de manifestar o meu profundo apreço e reconhecimento a toda a estrutura directiva e em particular ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, David Leonardo, pela forma extremamente firme, rigorosa, pedagógica e persuasiva com que conduziram os trabalhos da última AG.
As AG’s do Vitória nunca me deixam saudades; gritaria, impropérios, insultos, confusão, falta de firmeza, tentativas de manipulação e viciação, votações de braço no ar com cartões coloridos, contagens a olho, amadorismo inadmissível, etc. etc.
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Confesso que estava com curiosidade em conhecê-lo. Durante a sua intervenção, ao ouvi-lo atentamente e como estamos hoje em maré de provérbios de matriz popular, ia-me lembrando de dois, a saber:
“Gato escaldado, de água fria tem medo” e “quando a esmola é muita, o pobre desconfia”.
Estamos fartos de vendedores de ilusões que gerem o clube de forma intencionalmente amadora, em termos de estrutura organizativa, para utilizarem os recursos do Vitória ilicitamente em proveito próprio, deixando-o ainda mais frágil do que quando o encontraram.
Ao longo dos anos, vamos sabendo de estórias que se passam dentro do clube, de pôr os cabelos em pé. Não se gere uma casa assim, imaginem um clube!!!
Todavia, com o decorrer das suas reflexões e com os documentos que em boa-hora disponibilizou aos sócios, verificámos que a sua abordagem foi extremamente profissional, lúcida e serena, com as ideias em ordem, analisando de forma exaustiva todos os aspectos principais da matriz estrutural e operativa que pretende implementar no nosso Vitória Futebol Clube.
As linhas orientadoras e o documento dos termos de aquisição da VFC-SAD são uma novidade num clube onde tem imperado a gestão deliberadamente hermética e opaca.
Principalmente desde 1995, as dívidas têm-se vindo a acumular, cifrando-se actualmente em 33 milhões de euros da VFC-SAD e 28 milhões do Vitória Futebol Clube.
Percebi que considera o Vitória Futebol Clube o clube mais poderoso a Sul do rio Tejo.
Não temos nada contra que ganhe bom dinheiro; tem é de levar também o Vitória consigo e não abandoná-lo criminosamente no meio do vazio.
Para isso, para além da honestidade, tem de haver um novo paradigma e uma gestão extremamente rigorosa e profissional.
O regresso à 1ª liga, a Academia, a formação e a reabilitação do Estádio do Bonfim são aspectos essenciais para o Vitória Futebol Clube, entre muito outros que assinalou.
A intervenção nas escolas é fundamental. Disponibilizo-me para colaborar nesse domínio ou em qualquer outro que entendam poder dar o meu contributo.
Se olhar para a geografia da 1ª Liga fica logo esclarecido. A norte do rio Douro existem dez (!!!) clubes: Porto, Boavista, Guimarães, Braga, Gil Vicente, Paços de Ferreira, Moreirense, Vizela, Arouca e Famalicão.
Mais de metade da 1ª Liga numa área cujas localidades distam no máximo 50 Km entre si, com os óbvios benefícios sociais, económicos, desportivos e políticos que daí advêm, para toda uma região.
A votação expressiva que recebeu na última AG, onde 95% dos associados votaram a favor da sua entrada no Vitória Futebol Clube, são uma prova de confiança, mas que lhe confere um acréscimo de responsabilidade de gestão, desportiva, social…e emocional.
Fica aqui o meu profundo agradecimento e admiração pelo magnífico trabalho que os actuais órgãos sociais do Vitória Futebol Clube, liderados por Carlos Silva, têm desenvolvido ao longo de todo este tempo. Muito, muito obrigado.
Quanto a si, caro Hugo Pinto, gostaria de ver uma cidade, um Concelho e toda uma região a vibrar intensamente com este clube centenário.
O nosso ENORME Vitória Futebol Clube.
Os seus sucessos serão as nossas alegrias.
Um grande abraço vitoriano.

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