Cá estaremos para ver

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Cá estaremos para ver

10 Fevereiro 2022, Quinta-feira
José Luís Ferreira

Afinal, o OE para 2022 que não foi aprovado, era um orçamento tão à esquerda, que até os banqueiros o desejam? Dá que pensar.

Sim, o tal orçamento que segundo os socialistas, era tão à esquerda, tão à esquerda, que até os senhores do dinheiro e sobretudo os banqueiros, se congratulam hoje, pela decisão de Costa de pretender apresentar o tal Orçamento se possível sem os contributos da esquerda, nomeadamente o englobamento das mais valias no IRS ou a taxa que os bancos têm vindo a pagar. Esta maioria do PS vai ser uma alegria para essa gente.

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Ainda assim, vamos esperar que o PS aproveite esta maioria para melhorar a vida de quem trabalha, que assuma a promessa de campanha eleitoral, da semana dos 4 dias de trabalho, que aproveite a maioria para preservar os nossos recursos naturais, mas também que consiga trazer o interesse público para o centro das decisões políticas, seja na localização do novo aeroporto de Lisboa, seja na exploração de lítio, seja no futuro dos CTT, porque essas e outras decisões não podem continuar reféns dos interesses das multinacionais.

Agora não haverá desculpas para que o PS não cumpra as promessas que António Costa e o PS andaram a “bazucar”, durante as campanhas eleitorais, legislativas e autárquicas, nomeadamente a Maternidade de Coimbra ou o Hospital do Seixal, para não referir outros dos muitos exemplos que fazem parte desse universo de promessas com que o PS “bazucou” o País.

Mas vamos também esperar que o PS cumpra os compromissos que assumiu, nomeadamente ao nível do OE para 2021, não só ao nível do Fundo de Tesouraria para os Micro e Pequenos Empresários, com a dotação de 750 milhões de euros e com a taxa de juro muito próxima de zero por cento, mas também a concretização do Estatuto dos Funcionários Judiciais, para dar apenas dois exemplos do muito que ficou “pendurado”.

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O que esperamos é que esta maioria e a bazuca permitam ao PS proceder a um sério combate à pobreza e às desigualdades sociais do nosso país, mas também que encare a estabilização do clima, como uma emergência. Uma batalha que tem de ser travada em várias frentes, seja ao nível da eficiência energética, seja ao nível do investimento em modelos de organização agrícola que privilegiem práticas produtivas mais sustentáveis, seja ao nível dos transportes, porque o problema dos transportes não se resolve com a retirada de bancos nos transportes públicos como chegou a ser proposto pelo Ministro do Ambiente.

E se António Costa se mostrou, durante a campanha, muito preocupado com os professores que “andam com a casa às costas”, que aproveite para resolver definitivamente esses e outros problemas, porque é bom lembrar que meses antes de Costa ter manifestado essa preocupação, o PS chumbou uma proposta dos Verdes para a criação de uma compensação para os professores que são colocados longe de casa. Aliás, convém aqui recordar que em seis anos a única vez que o primeiro-ministro ameaçou demitir-se foi exatamente por causa dos professores e dos seus direitos, no caso a contagem de tempo de serviço…

Cá estaremos para ver.

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