Bruno Laje e Alexandre Silva

Bruno Laje e Alexandre Silva

Bruno Laje e Alexandre Silva

, Professor
2 Setembro 2019, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor
Giovanni Licciardello – Professor

 

Antes de assumir o comando técnico da equipa principal do Benfica, Bruno Laje, para mim, era um completo desconhecido.

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Nunca tinha ouvido falar dele, uma vez que fosse.

Logo no início do ano de 2019, estando o Benfica a sete pontos de distância do Porto, Rui Vitória saiu e Bruno Laje passou, com vários adjuntos, um dos quais também setubalense (Alexandre Silva), da equipa B para a equipa principal.

Ao ter conhecimento que, quer Bruno Laje, quer Alexandre Silva, eram setubalenses cá dos nossos, logo passei a acompanhar os seus percursos com redobrado interesse.

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Um dos primeiros aspectos que mais me agradou, foi quando Bruno Laje afirmou que um dos seus mentores, que o acompanhou nos seus primeiros passos como treinador e de quem tinha uma grande admiração, foi o grande Jaime Graça, um dos meus futebolistas favoritos e uma personalidade de referência no Vitória e na Selecção Nacional. Jaime Graça foi o primeiro futebolista do Vitória Futebol Clube a estar presente numa fase final do Campeonato do Mundo, em Inglaterra, 1966, onde Portugal conseguiu um honroso terceiro lugar.

Logo, homenagem justa e inteiramente merecida.

Ao longo destes meses e à medida que o Benfica ia progressivamente encurtando a distância pontual que o separava do Porto, Bruno Laje manteve sempre um discurso calmo, tranquilo, ponderado, respeitando sempre os adversários.

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Num universo excessivo, desbocado, parolo, redutor e agressivo, como é este nosso universo futebolístico lusitano, esta configurava ser uma abordagem diferente daquela a que estávamos e estamos infelizmente habituados.

Em Março deste ano, o Benfica venceu o Porto no reduto deste, ultrapassando os portistas na classificação e mesmo assim Bruno Laje utilizou uma linguagem serena, ponderada e reflexiva.

À medida que o campeonato caminhava para o fim, esse foi sempre o seu registo.

Em Abril, o Benfica venceu o Vitória por 4-2 e no final da partida, Bruno Laje afirmou que gostava muito do Vitória, que é um clube histórico e que o seu lugar é na 1ª Liga, desejando-nos muitas felicidades para o restante campeonato.

Embora triste com o resultado, fiquei naturalmente muito agradado com tais declarações.

No final do campeonato e com a festa do Benfica no Marquês de Pombal, Bruno Laje não se deslumbrou, não foi sobranceiro, nem acintoso, nem vulgar, pediu para deixarem a praça limpa (infelizmente não lhe fizeram a vontade), valorizou os adversários, e declarou que a vida é feita de coisas muito mais importantes que o futebol; a Economia, a Educação e a Saúde são partes de um todo, de um País e que necessitamos de reconquistar os valores de Portugal.

Sou assumidamente um vitoriano, e muito embora Benfica, Porto e Sporting, a mim não me digam nada, fiquei agradado com o percurso e com a vitória inteiramente merecida dos dois treinadores setubalenses do Benfica: Bruno Laje e Alexandre Silva.

No início desta época, o registo foi o mesmo. Bruno Laje utiliza uma linguagem nova, pedagógica, inteligente, que se regista com muito agrado e que configura uma forma diferente de estar no futebol.

As suas declarações após a derrota do Benfica com o Porto, deviam constituir um exemplo de pedagogia.

Com a atribuição a ambos, pela Câmara Municipal de Setúbal, da Medalha da Cidade, Classe Desporto, quer Bruno Laje, quer Alexandre Silva, têm agora uma responsabilidade acrescida, decorrente desta distinção honrosa, e, portanto, que divulguem sempre, e em qualquer circunstância, a Cidade e Concelho de Setúbal. E o Vitória também.

Um abraço aos dois.

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