Mais um ano marcado pela pandemia. A luta contra ela, continua. Mas, a nível mundial, tão desigual! Na Europa, América do Norte, Austrália, Japão, Nova Zelândia, quase só os negacionistas não têm pelos menos já uma dose da vacina. No denominado 3º mundo, há milhões que nem vê-las. Por exemplo, a Nigéria, com cerca de 210 milhões de habitantes, nem 5% estão vacinados.
E assim, egoistamente, novas variantes sucedem-se e nem o 3º, 2º, ou 1º mundo, se vêm livres dela. A China leva o assunto mais a sério. Apesar de serem 1300 milhões, está praticamente toda a gente vacinada. E sempre que aparece algum foco, pode a localidade ter até mais habitantes que Portugal inteiro, mas é logo confinada.
Outro acontecimento que cá pelo burgo marcou 2021, foi, evidentemente, o chumbo do Orçamento de Estado com as consequências que se conhecem: dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições legislativas.
As explicações para o facto, são conhecidas; o Governo/PS dizendo que foi o melhor orçamento que conseguiu, e a oposição à sua esquerda, a dizer que não. Cada um que decida quem tem razão.
Uma coisa é certa, se o resultado do próximo dia 30, for mais ou menos o mesmo ou pior se a extrema-direita subir, será como se costuma dizer, vira o disco e toca o mesmo. Portanto, para uma música bem mais agradável, em nossa opinião, a tal esquerda à esquerda do PS, a real, nomeadamente a mais antiga, tem de subir e, substancialmente!
Tivemos ainda as autárquicas, cujos resultados não foram lá muito favoráveis, antes pelo contrário, à tal esquerda. Veremos se, como é habitual, não será mais uma desilusão. Estamos em crer que sim.
A nível internacional, o ano que se finou, também deixou muito a desejar e, presentemente, a coisa, como dizem os brasileiros, está preta. Sem a União Soviética, o “perigo comunista” já não existe, mas existe o imperialismo dos EUA.
E assim, com falsos pretextos, empurram a NATO para as fronteiras da Rússia, ameaçam-na com mais sanções e criam mesmo uma nova aliança militar, a AUKUS, apontada à China.
Ou seja, já não se trata de questões político-ideológicas como no tempo da guerra fria, mas sim do velho sonho ianque de hegemonia global. E assim, recursos que seriam essenciais para dar condições dignas aos povos, são canalizados para a corrida aos armamentos, aumentando exponencialmente, as ameaças à paz mundial.
Tudo isto, justificado perante a opinião pública ocidental, através da gigantesca máquina mediática que, em conjunto com os seus aliados (onde, através dos governos PS ou PSD, Portugal se inclui), dominam.
Mas sempre, forças e vozes se levantam contra tais perigos e hipocrisias. Por exemplo, como a do Papa Francisco, em relação à origem e ao tratamento de refugiados.
E mais alguns casos positivos, como recentemente no Chile, onde o jovem Gabriel Boric, congregou toda a esquerda e mais democratas, e perante o seu principal adversário de extrema-direita, conseguiu uma grande vitória para a Presidência da República.