20 Maio 2024, Segunda-feira

- PUB -
“As intermitências da Democracia!”

“As intermitências da Democracia!”

“As intermitências da Democracia!”

No dia 24 de Março de 2022, Portugal contabilizou 17 500 dias em Democracia. Um marco importante na nossa história, ultrapassámos em 1 dia o tempo que vivemos sob Ditadura (17 499 dias).

E, a diferença na qualidade de vida dos cidadãos portugueses é abismal.
Nos censos realizados em 1973, 5% dos portugueses tinham completado o ensino secundário. Enquanto que, nos censos de 2019, 81,5% dos portugueses tinha completado o mesmo grau de ensino.

Em 1973, a idade média das mães à data do nascimento do primeiro filho era de 24 anos. Já em 2019, passou para 30 anos. Estes números e outros disponíveis para consulta são comprovativos de como a qualidade de vida dos portugueses melhorou nas últimas décadas dado ao nosso regime democrático.

Todavia, em 1975, a taxa de abstenção foi de 8,5% e nas últimas legislativas atingiu o valor de 48,6%. Quando nos focamos na faixa etária dos 18 aos 30 anos, os números revelam-se ainda mais preocupantes. É um fenómeno crescente o da abstenção eleitoral, principalmente a abstenção eleitoral nas camadas mais jovens.

Por isso devemos questionar quais as suas causas deste fenómeno: Estarão os jovens menos interessados na participação cívica e política? Ou estarão os partidos políticos com um discurso desfasado das necessidades da juventude?

Uma das formas de combater a abstenção, passa por envolver os cidadãos (de todas as faixas etárias) nas tomadas de decisão, e, assim, alcançar uma maior participação cívica. O XXIII Programa do Governo caminha nessa direcção, contemplando medidas que promovem a participação política e cívica, com especial enfoque na participação juvenil.

Como por exemplo, o lançamento de um Plano Nacional de Literacia Democrática, com um amplo programa de actividades, especialmente nas escolas e nas camadas mais jovens; a inclusão do ensino da Constituição da República Portuguesa em todos os graus de ensino, com as devidas adaptações; a instituição do Dia Nacional da Cidadania, cujo objectivo é divulgar os ideais democráticos; e a criação de um fórum de auscultação dos cidadãos e dos movimentos sociais; entre outras medidas.

Vivemos em tempos intermitentes, em que testemunhamos diariamente ameaças à Democracia, torna-se, por isso, fulcral defender os valores democráticos em que se baseia o nosso sistema político, especialmente junto dos mais jovens!

Não podemos, nem devemos, esquecer os valores de Abril! Pois a partir do dia 25 de Abril de 1974, foi possível instaurar um regime democrático que permitiu uma melhoria significativa na qualidade de vida do povo português.

Mas temos que continuar a lutar pela participação democrática e cívica! A democracia representativa é uma ferramenta valiosa, vamos preservá-la, honrá-la e utilizá-la da melhor forma. A menos de uma semana de 25 de Abril questiono: O que aconteceria
se deixássemos de votar?

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -