Destacamos o artigo de opinião de Adelino Soares (vice-presidente, 2023) publicado recentemente no jornal ‘A Voz de Ermesinde’, um olhar sobre a realidade do contributo democrático do movimento associativo popular.
A notícia que foi recentemente apresentada pela comunicação social, sobre as preocupações quanto ao “declínio da democracia”, refere que “Portugal cai 13 posições no ranking, sobretudo coisas relacionadas, com “eleições e abstenção”, o funcionamento dos parlamentos e a acção dos tribunais” (relatório “Estado Global da Democracia 2023”).
Utilizamos para tal, e como exemplo factual, a conta satélite da Economia Social (ES) actualizada recentemente com dados referentes a 2019/20, onde fica salientada a existência de cerca de 73 mil entidades da ES, sendo que, quase metade (44%), se enquadram na nossa área associativa, da cultura, recreio e desporto, estão representados cerca de 4 milhões de pessoas, enquanto associados e centenas de milhares de associados, enquanto dirigentes.
E é claro que a democracia também passa por aqui.
Fazendo-se sempre voluntariamente, ganhando o respeito dos seus pares e das suas comunidades. Cometendo muitos erros e aprendendo, quais autodidactas da arte de aprender, dirigindo, ainda que com um ou outro erro.
Claro que, na consideração de que nunca tudo funcionará como o desejável, existem razões e conhecimentos tais que possibilitam continuar na senda do engrandecimento do funcionamento de cada uma. Nomeadamente:
– Incentivando à maior responsabilização dos seus dirigentes, para a procura de aplicação de medidas e de conhecimentos formativos, para o trabalho geral a defender com todos, e a ser aplicado na execução dos objectivos que estão na base da criação da própria associação, colectividade ou clube;
– Na dinamização comunicacional da associação, colectividade ou clube, permitindo uma ligação mais eficaz entre os vários poderes existentes, não esquecendo o nosso poder “associativo”, caso dos seus órgãos sociais com os seus associados e ainda com os praticantes das várias actividades, que muitas das vezes pensam estar perante proprietários da associação, colectividade ou clube e não como dirigentes voluntários, benévolos eleitos e solidários, que trabalham gratuitamente;
– Transmitindo entre todos atitudes claras de transparência nas decisões de interesse geral, em todas as acções a desenvolver, de forma que não se deixem dúvidas quanto aos propósitos dos seus projectos para os anos em vista;
– Atender a medidas e avisos que vão acontecendo, para apoios diversos ao movimento associativo, assim como a execução de leis do poder central ou local, as quais são muito influenciadoras das nossas responsabilidades permanentes e em crescendo, enquanto dirigentes, deixando evidenciada toda a transparência das necessidades do suporte dos custos das suas realizações e da sua sustentabilidade.
Tudo isto e muito mais, como factores de enriquecimento da nossa democracia, plasmados na discussão dos nossos planos de actividades e orçamentos anuais, os relatórios e contas, os quais nos devem oferecer o melhoramento dos níveis de discussão interna, entre dirigentes, associados, e o enquadramento das seções ou valências de responsabilidade directa.
Tal processo significará o melhoramento democrático, projectando-se para parcerias de envolvimento em rede para a actividade de uma freguesia ou de um município.
Como sempre, e em constante melhoramento de acção democrática espelhado no movimento associativo popular, vamos contrariar os ranking’s em que nos querem meter.
Unir para melhor servir, com todos!