Já muito aqui foi escrito, e bem, sobre a Festa do Avante. Por isso, queremos destacar, sobretudo, dois aspetos desse que é o maior acontecimento cultural, político, gastronómico e desportivo deste País. Apesar da propaganda contra de quem não interessa o grandioso evento, referimo-nos à afluência e ao trabalho que é necessário à construção, funcionamento e desmontagem daquela cidade efémera de três dias.
Primeiro, por causa da pandemia, foi criado um ambiente de medo para impedir as pessoas de lá irem. Que seria uma irresponsabilidade, um foco de propagação do vírus, etc. Foram tomadas todas as precauções sanitárias prescritas pela Direção Geral da Saúde, um exemplo até para outros grandes eventos, e tudo correu pelo melhor para grande satisfação dos muitos milhares que lá foram usufruir do caloroso convívio, da camaradagem, do debate, da música, da cultura.
Depois, na edição anterior e ainda nesta, a tentativa de denegrir o PCP por não alinhar no discurso mediático omnipresente sobre a guerra na Ucrânia. Por causa da sua frontal oposição a esta como a todas as guerras. Posição reafirmada pelo Secretário-Geral, Paulo Raimundo, no discurso do grande comício: “Nesta Festa da paz, e com a autoridade de quem desde sempre se empenhou e empenha contra a guerra e pela construção de um mundo seguro, afirmamos que é preciso dar uma oportunidade à paz, que precisamos mais de amizade e cooperação e menos de ódio e belicismo. Que é preciso agir, face aos que, indiferentes à morte e à destruição, apostam no conflito militar em vários pontos do mundo e insistem a todo o custo na continuação de uma guerra que na Ucrânia já leva nove anos, que nunca deveria ter começado e que é urgente parar. É com o carimbo da União Europeia e a sua ação que os povos são empurrados para o empobrecimento.
UE, cheia de contradições e às ordens dos EUA, a fomentar o militarismo e a abrir caminho a conceções e forças fascistas e reacionárias. Uma UE comprometida com os interesses e os milhões de lucro dos grupos económicos. Uma UE incapaz de travar a morte de milhares de pessoas no mediterrâneo, muitas delas em fuga de países alvo das ações dos EUA, da UE e das bombas da NATO. Este caminho não serve os povos. O que precisamos é de cooperação, paz, igualdade entre Estados, desenvolvimento e progresso social, objetivos pelos quais lutamos”.
Depois foi o que se viu; começam a abrir brechas na manipulação, e um mar de gente desde a abertura, numa alegria e convívio contagiantes, apreciando música e artistas de todos os géneros, a nossa gastronomia do Minho aos Açores e à Madeira, participando em debates, conhecendo melhor e enriquecendo as posições do PCP.
Os milhares de militantes e simpatizantes comunistas e amigos que construíram, asseguraram o funcionamento e desmontaram aquela festa de 50 hectares, gratuitamente, voltarão a fazê-lo. Fazem-no, por um ideal. Por um País e um mundo melhores que sabem ser possível com eles e com muitos mais que a eles se juntarão.