A TAP e a bênção de Bruxelas

A TAP e a bênção de Bruxelas

A TAP e a bênção de Bruxelas

25 Janeiro 2021, Segunda-feira
José Luís Ferreira

Como sabemos a pandemia provocada pela Covid 19, veio provocar sérios problemas a toda a atividade económica, e estes problemas fizeram-se sentir, também no sector da aviação civil à escala global e de forma muito acentuada.

Ora, como não podia deixar de ser, a TAP também foi apanhada por este quadro, marcado sobretudo pelo encerramento de fronteiras e pelos condicionalismos ao nível da circulação.
Perante este cenário os governos, não só da europa, mas de todo o mundo, lançaram mãos a ajudar um sector tão importante como é a aviação, sob pena de comprometer o futuro da aviação.

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Dessa forma, fossem as empresas públicas ou privadas, os Governos injetaram largos milhões e milhões de euros como forma de evitar a destruição do sector.

Por cá, ao nível da União Europeia, os respetivos estados membros viram luz verde de Bruxelas para financiar as companhias áreas. Mas quanto ao nosso País e à TAP, Bruxelas, “torceu o nariz”, e pretende impor que os apoios ocorram fora das ajudas especificas para fazer face à Pandemia.

Mas mais, Bruxelas, exige um processo de reestruturação que terá de ser por si, devidamente abençoado, e ainda por cima, a exigência de tão solene bênção, assenta num pressuposto errado, uma vez que, como sabemos, a TAP não estava insolvente antes da crise pandémica.

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Ou seja, ao contrário do que fez às restantes companhias aéreas, Bruxelas está a fazer depender a atribuição de fundos públicos à TAP, da obediência do nosso País ao “seu” plano de reestruturação.

Quanto a esse plano, vindo de Bruxelas, assenta no que se previa: Despedimento de trabalhadores e redução de aviões.

É um claro esforço para transformar a TAP numa pequena empresa, e se o assunto não fosse tão sério até podíamos dizer que a Uniã
o Europeia pretende transformar a TAP num carrocel de aviões para circular pelas feiras.
Bem sabemos que as insólitas exigências feitas ao nosso país, não estão desligadas da pretensão antiga da União Europeia de proceder á concentração do sector da aviação em apenas três grandes companhias europeias, Lufthansa, Air France/KLM e British/Ibéria, com a TAP a ser literalmente engolida por uma delas.

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E, portanto, face ao cenário que esta traçado, a nosso ver, aquilo que o estado Português deveria começar por fazer, era exigir de Bruxelas e com toda a firmeza, que os apoios à TAP têm de ser enquadrados nos mesmos termos dos apoios que estão a ser dados a todo o sector da aviação para fazer face á Pandemia, sem quaisquer exigências acrescidas ao nosso país ou à TAP.

A TAP tem de ter apoios públicos exatamente nos mesmos moldes das restantes companhias. Sem tirar nem por.

Para além disso, Os Verdes consideram que o Governo Português deveria deitar mãos à obra, na elaboração de um plano de contingência para os próximos três anos, até à previsível recuperação do sector da aviação a níveis de procura semelhantes a 2019 e que esse plano assente na manutenção não só, dos atuais postos de trabalho, mas também na frota e destinos voados até 2019 pela TAP.

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