A sério?

A sério?

A sério?

17 Janeiro 2022, Segunda-feira
José Luís Ferreira

Como na altura da discussão afirmamos, Os Verdes consideram que poderíamos ter ido mais longe no regime do Teletrabalho, nomeadamente na defesa dos direitos de quem trabalha.

Ainda assim, é absolutamente imprescindível, por um lado, garantir que os encargos que o trabalhador se vê obrigado a suportar por trabalhar em casa, que são custos de produção, sejam efetivamente imputados às empresas e, por outro lado que a Autoridade para as Condições de Trabalho, fiscalize o cumprimento das obrigações das empresas no que diz respeito aos direitos de quem trabalha.

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E agora que a Lei do Teletrabalho já está em vigor, começam a surgir muitas dúvidas relativamente à aplicação desse regime e uma dessas dúvidas diz respeito ao pagamento do subsídio de refeição, uma matéria aliás, que o PS recusou incluir especificamente na lei. Foi uma opção, porque é de opções que falamos.

Sucede que esta indefinições ou lacunas, de que o subsídio de refeição é apenas um exemplo, não só, dificultam a aplicação da lei, como certamente vão potenciar conflitos, que poderiam ser evitados.

Mas ainda em matéria laboral e diga o PS o que disser, a verdade é que o Governo tinha todas as condições para remover do nosso ordenamento jurídico regras que penalizam quem trabalha, e que foram impostas pelo PSD e pelo CDS, referimos-mos, por exemplo às normas relativas à caducidade da contratação coletiva, ao valor das indemnizações em caso de despedimento ou a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador.

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Essa, não foi, contudo a opção do Governo do PS.

Quanto aos salários, e diga o PS o que disser, a verdade é que o Governo teve todas as condições para proceder a um aumento real dos salários e em particular um aumento do Salário Mínimo Nacional para valores dignos e justos.

Mas essa não foi a opção do PS. A opção do PS foi continuar a insistir nos baixos salários, quando como sabemos, valorizar os salários é distribui melhor a riqueza que é produzida por todos. A opção do Governo foi perpetuar a injustiça ou a triste realidade que representa o facto de no nosso país se empobrecer a trabalhar.

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Mas mais, o PS teve todas as condições para alterar um conjunto de regras que levaram ao modelo de baixos salários, à precariedade e aos horários de trabalho longos e desregulados.

Também essa não foi a opção do Governo. Aliás, a propósito da precariedade laboral, recorde-se que o PS, ao mesmo tempo que negociava com os partidos à sua esquerda medidas para promover um combate à precariedade laboral, negociava também com o PSD o alargamento do prazo do período experimental, onde a precariedade é mais impiedosa, para não dizer mais cruel.

E por fim, quanto aos horários de trabalho, recorde-se que o PS, que agora vem falar da semana de 4 dias de trabalho, é o mesmo PS que chumbou as propostas dos Verdes relativas às 35 horas de trabalho semanal, que chumbou a proposta para os 25 dias de férias para todos os trabalhadores e que chumbou também a proposta para que a terça feira de carnaval passasse a ser feriado obrigatório.

E agora vêm falar da semana de 4 dias de trabalho. A sério?

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