Se a força que vimos no Bonfim continuar, a este passo atrás podem seguir-se dois à frente
O minuto 89 do jogo do Bonfim, no Sábado, foi um autêntico balde de água fria. Depois de estar a ganhar e de encher de alegria e esperança as 12 mil pessoas presentes no estádio, a equipa sofreu o golo que transformou a noite num pesadelo para os vitorianos. Mas não foi no sábado que as coisas falharam, foi nos outros jogos e por outras razões.
E as “culpas” não são apenas dos dirigentes, equipa técnica ou atletas. Todos temos uma quota-parte de responsabilidade neste triste desfecho. Quando digo todos refiro-me aos sócios, adeptos e à cidade genericamente, o que, obviamente, admite excepções.
Somos também responsáveis porque nos outros jogos, nos tais que nos fizeram chegar à última jornada aflitos, não demos o apoio que poderíamos e deveríamos ter dado.
O forte – e decisivo – apoio de mais de 12 mil pessoas no estádio faltou na maior parte dos restantes jogos e, se não tivesse faltado, muito provavelmente, tudo teria sido diferente no último jogo.
É por isso que temos de admitir que a performance e a situação do Vitória, tanto no final desta época, como em muitos outros períodos e ao longo da sua história decorrem, também, e em grande parte, daquilo que, enquanto comunidade, fazemos ou não fazemos. Por outro lado, é importante termos a noção de que este não é, seguramente, o final da história.
O Vitória já viveu altos e baixos, acabou de sobreviver – administrativa, económica e financeiramente – à pior altura da sua história e, desde que possamos não desamimar, o futuro continua à nossa frente. Demos agora um passo atrás e amanhã poderemos dar dois passos à frente.
É preciso acreditar, dar ânimo aos dirigentes e atletas e ter a perseverança necessária. Já sabíamos que não ia ser fácil ao Vitória voltar aos grandes palcos do futebol nacional, mas temos muitos anos pela frente para fazer esse caminho e, desde que todos queiramos, havemos de lá chegar.
Assim possa o apoio que vimos no sábado não cair agora, logo agora que o Vitória tanto precisa.
