28 Março 2024, Quinta-feira
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Governar é cuidar

O “ano velho” não deixa saudades a ninguém e especialmente pela guerra na Ucrânia com o risco permanente de se transformar numa guerra total com ameaças do uso de armas atómicas. Na sequência dessa guerra, aí temos novas ondas de refugiados, graves problemas energéticos que, além do aumento do custo de vida, paralisa a produção de muitos e variados acessórios essenciais à mecanização do nosso dia a dia.
Alem de todos esses riscos, há mais de um século que as nossas sociedades se foram organizando com uma inversão de valores, pois o trabalho que dava origem à exploração das potencialidades da natureza foi subvertido pelo capital que passou a “dono e senhor” da vida das nossas sociedades. E com a secundarização do trabalho também se foi esquecendo a dignidade do ser humano. E mesmo sob este manto do “cifrão” as sociedades foram-se organizando em vários padrões (a que chamamos partidos!) – e surge uma verdadeira ciência social que vulgarmente chamamos política. Só que, sob estas variadas formas, a bela ideia do “poder do povo”, isto é, da democracia, o verdadeiro poder não sai facilmente das mãos do “capital”. E é uso dividirem-se os vários sistemas políticos em “direita e esquerda” (o que é uma aparência pois o que verdadeiramente existe são “os de cima e os de baixo”). E, após uns tempos, em que este processo democrático foi funcionando e , consequentemente, penetrando “no dentro” das pessoas, o poder do cifrão foi-se organizando e surgem “partidos” representativos dessa “direita” que têm vindo lentamente crescendo em força e influência obtida de “qualquer maneira”, e ganhando espaço e poder nessa “ambiência democrática”.
E temos Le Pen em França aproximando-se da chefia do governo, em Itália uma extrema-direita no governo, e, entre nós, no Parlamento, uma extrema-direita fazendo muito barulho. Temos também o senhor Putin não admitindo ser contrariado e o potentado que é a China quase tomando as rédeas do mundo, um Trump nos Estados Unidos desbaratando a democracia e, no Brasil, um Bolsonaro criando o “bolsonarismo” que não ganhou as eleições por um fio.
Foi a tomada de posse de Lula da Silva que motivou este meu comentário. Já esteve no governo e tirou da miséria vários milhões de brasileiros criando uma classe média razoável e, passadas umas três legislaturas, volta ao poder por “uma unha”. Não posso deixar de pôr em destaque dois momentos “nunca vistos”: a faixa de Presidente é-lhe entregue por uma amostra do Brasil – um índio, um negro, um branco, uma mulher – uma amostra do povo brasileiro deixado quase na” banca rota” pela extrema-direita (o bolsonarismo) e no seu discurso ao povo fazer uma afirmação inédita: governar é cuidar.
Que belo seria que tal afirmação estivesse no coração de todos os governantes! Que belo e útil seria que todos os governantes não pensassem em “governar-se” e sim – e principalmente – pensassem e sentissem que a sua função é mesmo cuidar dos que precisam do suficiente para comer, dos que anseiam por aprender, dos que necessitam de tratamentos, do que um povo necessita para progredir e ser feliz! Será que Lula da Silva consegue pôr em prática este seu desejo? Será que isto vai ser possível em paz e sem reação? Será que a tal direita possessiva se conforma com medidas verdadeiramente dirigidas ao povo simples e pobre?
Fazemos votos que este Brasil cheio de potencialidades venha a ser um exemplo para o mundo e mantenha o nosso ar puro protegendo a Amazónia.

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