25 Abril 2024, Quinta-feira
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Secção do vazio – um dos complementos da indústria de conservas de peixe

Um dos complementos das fábricas de conserva de peixe era a secção do vazio: as latas de folha de flandres e as caixas de madeira serviam para condicionar as latas. Depois de fechadas as caixas, estavam prontas para serem exportadas e embarcar por via marítima.

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Recordo-mo de algumas caixas que existiam em Setúbal, nomeadamente da ‘V.ª e Filhos de Cipriano do Rosário’, (D. Margarida e os filhos: Domingos, Joaquim e Ernesto do Rosário), na Avenida Luísa Todi, que depois foi um bar.

Já na Rua de Santa Catarina, com esquina a Avenida 5 de Outubro, recordo-me de Jaime Nunes de Sousa, que foi também o chefe do pessoal e explorava o buffet do cinema do Casino Setubalense, assim como havia outra na subida para o miradouro, a de Hermenegildo Paninho.

Também a Sociedade Mecânica Setubalense contava com secção de vazio de latas nas diversas dimensões. Ainda me recordo de alguns sócios, entre os quais António da Conceição, António dos Santos e Saturnino, chefe dos escritórios.

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Mais tarde, a Mecânica, salvo erro, mudou para novas instalações, anteriormente da fábrica de conservas “Jandar Haz Rabago”, na Vila Maria.

Além da Sociedade Mecânica Setubalense, existia ainda a empresa Cooperadora da Indústria de Conservas, na Estrada da Graça, a ‘Astória’, de Matos Tavares, na Avenida Luísa Todi, e a Sol – Sociedade Outão Lda., de Matos Tavares, Ilídio paninho e Mário Rica, na Avenida José Mourinho. Já não existe nenhuma delas.

Mais tarde foi constituída a “Ormis”, em Alcochete, que suponho estar ainda em actividade. Ainda me recordo de alguns dos formatos de latas: 1/8 “bijou”, 1/10 “club, 1/4 “usual”, meia alta e 4/4, lata esta com a tira mais alta.

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As litografias, nas folhas de flandres, desenhavam as gravuras com as marcas de conservas dos respectivos fabricantes e outros motivos, que as latoarias transformavam em latas e depois soldavam as tiras no tampo ilustrando. Nas fábricas, iam para encher com o produto confeccionado, sendo depois cravado o fundo numa cravadeira.

De uma maneira geral, os exportadores de conservas queriam, por vezes, latas em branco, ou seja, a folha de flandres sem desenhos, para depois serem empapeladas com invólucros da sua marca.

É disso exemplo a firma exportadora Ilídio Paninho Lda., que empapelava com a sua marca, que era a “Ribal”.

Esta indústria de conservas de peixe em Setúbal ultrapassava a centena de fábricas, mas infelizmente hoje já não existe nenhuma, com excepção da fábrica M. Perianes, que foi transformada no Museu do Trabalho Michel Giacometti, situado junto ao Miradouro de São Sebastião.

Enfim, é o progresso. Os tempos são outros e recordar o passado é viver!

Viva Setúbal!

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