19 Abril 2024, Sexta-feira
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Viva o 1.º de Maio!

Este domingo, por todo o mundo, os trabalhadores celebram o seu dia: o 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.

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Esta jornada nasceu dos acontecimentos de Chicago em 1886, quando os trabalhadores fizeram poderosas greves nos estados mais industrializados da América pelas oito horas diárias de trabalho. A repressão do patronato e das autoridades dos EUA provocou várias mortes e centenas de feridos e de prisões.

Foi na sequência desses acontecimentos que em 1889, na resolução aprovada nos congressos operários de Paris (em que estiveram dois delegados portugueses), o 1.º de Maio foi proposto como Dia Internacional do Trabalhador, em homenagem aos «Mártires de Chicago».

Mais de 130 anos depois, aqui estamos – e a luta continua.

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Em 2022, continuamos a levantar essa mesma bandeira da dignidade, da solidariedade e consciência de classe – da luta de quem trabalha pelo direito a uma vida melhor. Tem sido uma caminhada heroica a dos trabalhadores portugueses – que foi aliás inseparável e determinante para o triunfo da liberdade e da democracia com a Revolução de Abril.

Tempos de conquista, tempos de resistência e defesa dos direitos. Tempo de combater a praga dos baixos salários, precariedade, horários selvagens e desregulados, problemas incontornáveis que os homens e as mulheres trabalhadoras do nosso país enfrentam diariamente.

O aumento geral dos salários assume uma dimensão de emergência nacional, não só por uma questão de elevação das condições de vida, mas também para enfrentar o brutal aumento do custo de vida que está a ser imposto aos trabalhadores e ao povo do nosso país.

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E esta valorização dos salários tem que ser feita com o aumento do SMN para os 850 euros a curto prazo, com a eliminação da caducidade da contratação coletiva (imprescindível para o aumento geral dos salários nos sectores privados) e com o aumento dos salários dos trabalhadores da Administração Pública, repondo o poder de compra perdido há mais de 12 anos e cumprindo progressões e valorizações remuneratórias. Propostas que o PCP já entregou no início desta legislatura.

Esta semana o PCP esteve mais uma vez em contacto com os trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, da Lauak à Navigator, passando pelo Parque da Autoeuropa, divulgando os projetos de lei apresentados na Assembleia da República para mudar a legislação laboral a favor dos direitos de quem trabalha.

Entre outas medidas, as propostas do PCP visam: reduzir as situações em que é possível recorrer à contratação a termo e alargar as características relevantes para a presunção do contrato de trabalho; revogar os contratos especiais de muito curta duração e o aumento do período experimental para 180 dias; aumentar o período em que a entidade patronal fica impedida de proceder a novas admissões através de contrato a termo ou temporário, para as mesmas funções desempenhadas; restringir as razões para o recurso ao trabalho temporário e reduzir as situações de admissibilidade de contratos de trabalho temporário e a duração destes mesmos contratos.

Os baixos salários e a precariedade andam de mãos dadas com horários desregulados e incompatíveis com qualquer conciliação com a vida pessoal e familiar. E para esta realidade a resposta é inseparável do reforço dos direitos dos trabalhadores em trabalho noturno ou por turnos, reconhecendo as características penosas deste regime de trabalho e compensando estes trabalhadores (conforme proposta que o PCP já entregou), mas é também inseparável da redução do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores, bem como do fim de mecanismos de adaptabilidade e bancos de horas grupais, que mais não são do que formas de dar horas de borla ao patrão.

É urgente assegurar horários dignos para os trabalhadores, tempo para viver, além do trabalho – para estarem em família, para acompanharem os filhos, mas também tempo para a cultura, para o desporto, para o lazer. Porque se os avanços técnicos e científicos permitem produzir muito mais, em muito menos tempo, então esses avanços têm de servir para melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores – que são quem produz a riqueza.

Por isso mesmo o PCP apresentou também esta semana iniciativas legislativas propondo a eliminação de instrumentos de desregulação de horários de trabalho e a redução do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores. É esse o caminho que temos de percorrer: salários valorizados, trabalho com direitos, estabilidade e segurança no emprego, horários dignos e tempo para viver.

No domingo lá estaremos, na Alameda e em toda a parte – no distrito de Setúbal e em todo o país – onde os trabalhadores celebram o seu dia e dão mais força à sua luta na construção do Futuro.

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