20 Abril 2024, Sábado
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O CIPU, o voluntariado e os refugiados ucranianos

Num destes dias, após a invasão russa da Ucrânia-de-todos-nós, chegou-me um pedido do meu amigo João Lemos Cabral, sobre a divulgação de uma organização denominada Consultores Imobiliários Pela Ucrânia (CIPU), do qual é voluntário.

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O CIPU foi criado imediatamente após a referida invasão, numa primeira fase em Lisboa e no Porto, por iniciativa de Ana Gomes e Joana Koltan, ambas empresárias do ramo imobiliário e cujo raio de acção se alargou rapidamente a todo o território português.

Imediatamente criaram uma plataforma digital (https://refugees.casafari.com/en/), contendo quatro línguas (português, inglês, ucraniano e russo), o que vai permitir aos refugiados ucranianos preencheram um formulário com todos os dados considerados mais relevantes, a fim de se efectuar o respectivo registo automático, de forma rápida e eficaz.
Actualmente chegam cerca de cem pedidos por dia, que vão desde o acolhimento propriamente dito, passando por comida, roupas, etc.

Pretende-se também operacionalizar uma parceria colaborativa entre o CIPU (que possui já uma rede dispersa pelo país e extremamente eficaz de voluntariado) e as Câmaras Municipais, para procurar ajudar de forma segura e célere, um cada vez maior número de pessoas a curto, médio e longo prazo.

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Actualmente o número de ucranianos que saíram do seu país por causa directa da guerra, está estimado em cerca de cinco milhões de pessoas, metade da população total de Portugal deslocada em quase dois meses.

Os responsáveis e voluntários do CIPU têm-se confrontado com uma onda de grande generosidade por parte da população portuguesa, disponibilizando quartos, apartamentos e moradias, criando laços e vínculos afectivos muito fortes com esta grande comunidade ucraniana que já existia e que duplicou com o início desta malfadada e indigna guerra.
Actualmente o CIPU possui a maior base de dados de alojamento nacional, sendo que a concentração de ofertas se localiza maioritariamente em Lisboa e no Porto.

Todavia, as famílias refugiadas sentem uma cada vez maior vontade em serem alojadas em localidades mais pequenas, onde as oportunidades de alojamento e de trabalho possam ser proporcionalmente superiores.

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Foram registadas quase quatro mil camas em quatro semanas, sendo que quatrocentas e vinte famílias se encontram actualmente alojadas, possibilitando a que mais de dezassete mil pessoas possam estar juntas.

Um alojamento normal disponibilizado varia entre um a três meses, podendo ser posteriormente necessário realojar ulteriormente estas pessoas.

Tem havido uma preocupação em seguir e cumprir todas as directivas emanadas pelos organismos governamentais nesta matéria, acreditando que só existe um caminho possível e que passa pelo estabelecimento de parcerias e pela efectivação de um trabalho em conjunto, entre os responsáveis do CIPU e as diversas autarquias.

Nesse sentido, propõem uma colaboração entre o CIPU e a Câmara Municipal de Setúbal, na certeza que tal irá seguramente gerar um valor acrescentado para os munícipes e sobretudo para os refugiados.

Todos nós temos o dever, como país de forte tradição de democracia e liberdade, de acolher todos aqueles que nos procuram, com aquelas características de simpatia e de humanidade tão intrinsecamente portuguesas.

Acresce que os refugiados ucranianos não são comuns emigrantes; são deslocados de guerra que nos chegam com a vida numa mala.

Bem hajam.

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