20 Abril 2024, Sábado
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O preço da subserviência

Já quase safos da pandemia, só nos faltava a seca, e agora, muito pior ainda, esta maldita guerra. A guerra, é a obra mais estúpida da espécie humana. Mas, para os crentes; “fomos feitos à imagem e semelhança de Deus”. Sendo inconcebível um deus mau, aliás, Deus “é amor e perfeição”! Então, se somos à Sua imagem e semelhança, tantos de nós, por exemplo os que decidem as guerras, são tão mauzinhos! Bem, é que, ainda para os crentes, a resposta é que Ele nos deu o livre arbítrio. Estragou tudo! Digo eu.

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Depois deste naco de filosofia barata, vamos à realidade. A realidade é que, da seca, até podemos livrar-nos. Já caiu umas pingas e está prevista mais chuva. Sobre o fim da guerra, é que não se enxerga mesmo nada. Roguemos a Deus (tenha Ele o significado que tiver para cada um) e a todos os santinhos, é que a coisa não descambe, e não aconteça mesmo o pior.  E o pior, como estarão a imaginar, seria como fizeram os alegados universais defensores da democracia e dos direitos humanos, em Hiroshima e Nagasaki. Esperemos que não! Até porque, agora, o primeiro a carregar no botão, teria resposta.

Não devia haver justificação para qualquer guerra. Embora algumas não a tenham mesmo, os agressores inventam-na. Como no Iraque, com a estória das armas de destruição massiva. Na Jugoslávia, foi o seu desmembramento, porque não lhes interessava um país insubmisso e de tão grande dimensão. Na líbia e na Síria, foi a tentativa de imposição de governos submissos e a riqueza dos seus subsolos. Ainda em relação às bombas nucleares que riscaram do mapa aquelas duas cidades com sequelas até praticamente aos nossos dias, dizer também que a justificação (pôr termo à Segunda Guerra Mundial), foi uma monumental mentira. A Alemanha nazi já se tinha rendido, e o Japão também não tinha condições para continuar a guerra. Sabia-se, ia fazer o mesmo. A verdade, foi para anunciar ao mundo e avisar a então União Soviética.

Agora, estes senhores, acusam, e bem, a Rússia de violar o Direito Internacional ao invadir a Ucrânia. Mas, em todas as guerras acima referidas, também na Palestina que apoiam, e no Iémen que toleram à sua aliada e principal cliente de armas, a Arábia Saudita, que importância ligaram ao Direito Internacional, à Carta das Nações Unidas e à Acta Final dos Acordos de Helsínquia? Mais, importaram-se, criticaram, o golpe de Estado de 2014 na Ucrânia apoiado por grupos nazi-fascistas?  As eleições “democráticas” com a exclusão do Partido Comunista da Ucrânia? Com os 14 mil mortos nas regiões russófonas de Lugansk e Donetsk? Com a sistemática violação dos acordos de Minsk? Com o protesto por parte da Rússia de bases militares com mísseis e com o avanço da NATO para junto das suas fronteiras?

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As guerras devem ser sempre evitadas. Mas, quem deu pretextos para esta?

Que fez também a UE para evitá-la? A sua subserviência perante o imperialismo norte-americano, vai custar bem caro também aos restantes europeus e não só. Para os ucranianos, é o inferno.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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