18 Abril 2024, Quinta-feira
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A Mata dos Medos e a resposta do Governo

Conforme já demos nota neste espaço, na sequência do abate de centenas de pinheiros mansos em plena reserva botânica da Área Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, Os Verdes questionaram o Governo, solicitando esclarecimentos sobre o número de árvores abatidas, a real necessidade para esse abate e o destino das dezenas senão centenas de toneladas de madeira dali retiradas.

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Este abate configura, aos olhos do PEV, uma acção extremamente prejudicial para a prossecução dos objectivos de conservação da Natureza, numa área já de si sujeita a fortes pressões.

Na resposta vem o Governo justificar a intervenção como uma acção de restauro, de conservação e valorização de habitats, mas admitindo que não foi, pasme-se, contabilizado o número de árvores abatidas, o que é absolutamente surpreendente, até porque, o destino da madeira é a venda em hasta pública.

Esta operação na Mata dos Medos e a resposta do Governo vieram reforçar as nossas preocupações, não só por implicar um abate excessivo de arvoredo, que nem o Governo sabe a dimensão, como também por ter danificado uma grande extensão de coberto arbustivo, que na resposta ao PEV, o Governo diz querer proteger, para além de envolver maquinaria muito pesada para proceder ao abate de árvores, provocando danos elevados em muitas outras árvores que não foram alvo de abate.

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Com é público, Os Verdes têm acompanhado esta matéria juntamente com diversas organizações de ambiente e com moradores da zona e verificam que há uma grande discrepância entre o que se testemunha no terreno, o que vem descrito no contrato e o que é a resposta do Governo à pergunta de Os Verdes.

Contradições como o ter deixado muito campo aberto para a progressão das espécies infestantes como o chorão, que está em franco progresso em toda a área protegida, nomeadamente nesta zona intervencionada. Aliás é aqui notório não ter havido qualquer intervenção no sentido de fazer essa remoção e controlo.

É ainda mais preocupante, se tivermos em conta que toda esta operação é financiada pelo POSEUR, portanto por dinheiros públicos.

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Mas este caso, é ainda mais um exemplo que vem dar razão aos Verdes, quando afirmam que o processo em curso de co-gestão das áreas protegidas, com a entrega das suas direcções às Câmaras Municipais, irá agravar ainda mais as pressões sobre estes espaços sensíveis e agravar a tendência para ver estas as áreas como objectos de geração de lucros e não como espaços vitais para gerar equilíbrios fundamentais à nossa própria sobrevivência, como sejam o controlo climático e do ciclo da água, a contenção de pandemias, a preservação de biodiversidade, com reflexos positivos na agricultura entre outros.

E é mais um exemplo, porque, infelizmente intervenções desta natureza estão a ocorrer um pouco por todo o território, como é o caso do processo de desflorestação no Parque Natural de Sintra Cascais. Sob a capa do controlo de espécies invasoras, estão a ser abatidas milhares de árvores não invasoras naquela área protegida, num processo contraditório e nada consentâneo com esse objectivo.

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