28 Março 2024, Quinta-feira
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O momento que vivemos

Estamos vivendo um tempo surpreendente sob vários aspetos, seja na vida política do nosso país, seja no aspeto climático, seja até na vida da Igreja católica – estamos vivendo, em qualquer destes aspetos, verdadeiras revoluções.   No nosso Pais, pela primeira vez é recusado um orçamento de Estado, o que teve como consequência a dissolução da nossa Assembleia da República com a respetiva queda do governo- e aí estamos com os partidos políticos em polvorosa dando a imagem dum total desnorte – com lutas internas para a disputa de quem poderá ser, após as eleições, o candidato a Primeiro Ministro dum País saído duma pandemia em plena crise económica e social a que se junta assim uma crise política que se não vislumbra ser de fácil solução ,seja no PSD, no CDS, e até no PS, não pensando nos outros partidos mais pequenos (até o Partido Comunista parece ter deixado de ser aquele bloco coeso  que nos costumámos a ver).Partidos que, mesmo com ideologias diferentes, tenham como objetivos o “bem comum”   No aspeto climático muito se discute na Conferência da Escócia e muito se agitam as populações mais jovens perante a debilidade de hipotéticas soluções e a tomada de consciência, em especial da nossa juventude, de que se passa ao lado dos verdadeiros problemas que ameaçam mesmo a futura e bem próxima inabitabilidade da nossa Mãe Terra. Apesar desta nos dar tremendos sinais que muita gente dirigente das políticas não querem ver – e aí estão as inundações arrasadoras, as temperaturas que queimam ou as secas que ameaçam de fome populações inteiras. As grandes poluidoras são as grandes potências que falam muito e olham para o lado, são as grandes multinacionais com a exclusiva função de acumular lucros que lhes não passa pela cabeça modificarem os seus comércios (seja dos petróleos, seja da venda de armas, ou do comércio de madeiras ou minérios essenciais a certos progressos tecnológico). Na realidade a luta contra as alterações climáticas que descongelam os gelos polares fazendo subir o nível dos mares, seja despoluindo o ar que respiramos, seja alterando a biodiversidade que pode trazer doenças novas e acabar com muitas espécies de seres vivo. Tais mudanças só podem realizar-se com profundas mudanças da nossa maneira de ser, dos nossos conceitos de felicidade, dos nossos objetivos de vida , individuais e coletivos e isso só se consegue se todos nós vivermos a solidariedade entre todos. Difícil? Pensemos nos nossos netos! ! E até na nossa Igreja – está uma crise bem profunda (alias como as outras) que tem origem no nosso atual Papa Francisco. Crise que mexe com o celibato dos sacerdotes, com o papel da mulher na vida eclesial, mas fundamentalmente com “o que é ser cristão” e o papel dos nossos pastores. E aí temos a sinodalidade em projeto, colocando os fieis a participar ativamente na vida das dioceses e das paróquias, aí temos em marcha uma verdadeira visão democrática e não hierárquica com o Papa monarca absoluto, bispos e sacerdotes ao “comando” dos leigos. E Francisco pede sínodos diocesanos, sínodos ,de cada país, sínodos continentais e depois um sínodo em Roma – o que afeta a vida de todos deve ser resolvido por todos diz o Papa. E aí estão as resistências de leigos clericalizados, de sacerdotes e bispos que sentem-se perdendo privilégios.   Estamos ou não estamos vivendo várias crises profundas? Várias crises que vão contra a corrente da vida há muito cristalizada e não acompanhando a necessária mudança global, e imparável, das nossas sociedades por esse mundo fora. E aqui neste “jardim á beira mar plantado” como vamos vivendo este imparável movimento evolutivo? Politicamente estamos num caos de “lutas de galos” que ameaçam a possibilidade única dos dinheiros avultados da Europa. Sob ponto de vista ecológico vemos alguns sinais positivos. Sob o ponto de vista da nossa Igreja vemos as coisas mais “emperradas”. Falaremos sobre isto mais tarde mas assinalemos que num inquérito feito a todas as diocese sobre como marcha a sinodalidade houve apenas três Dioceses que não responderam – e entre elas estava Setúbal. Mau prognóstico?

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