29 Março 2024, Sexta-feira
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PENSAR SETÚBAL: As grandes diferenças culturais e desportivas entre Guimarães e Setúbal

Nos passados dias 19 e 20 de Setembro, a Associação Setúbal Voz participou no Festival de Canto Lírico de Guimarães.

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O referido festival é um prestigiado evento cultural associado ao canto e à música lírica.

Em 2019, já tínhamos participado neste festival com o Coro Setúbal Voz, interpretando a peça intitulada “Os Se7e Prazeres Capitais”, realizado nos claustros do Paço dos Duques de Bragança.

Nesta edição de 2021, que decorreu nas ruas da cidade-berço e no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, estiveram presentes as três valências que compõem a Associação Setúbal Voz: o Coro Setúbal Voz, o Ateliê de Ópera de Setúbal e a Companhia de Ópera de Setúbal.

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Os Concelhos de Guimarães e Setúbal possuem aproximadamente o mesmo número de habitantes (cerca 150 mil). Talvez seja dos poucos pontos em comum.

Vamos então às diferenças. Guimarães possui o Pavilhão Multiusos (5000 lugares), os dois auditórios do Centro Cultural Vila Flor (800 e 200 lugares, respectivamente), o Centro de Artes de S. Mamede (800 lugares), o Anfiteatro Jordão (400 lugares), o auditório da Universidade do Minho – Pólo de Guimarães (400 lugares), e a Plataforma de Artes (200 lugares), o que perfaz um número total de cerca 8000 lugares.

Setúbal? Fórum Luísa Todi (600 lugares), Auditório da Anunciada (400 lugares), Auditório Charlot (200 lugares), Auditório de S. Sebastião (150 lugares), Auditório Bocage (100 lugares), TAS (100 lugares), Casa da Baía (100 lugares) e Casa da Cultura (70 lugares), com um total de cerca 1700 lugares.

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Bem sei que Guimarães foi Capital Europeia da Cultura em 2012, mas isso não pode explicar tudo; aliás, explica pouco.

Não explica, por exemplo, os motivos pelos quais em Setúbal se despenderam 4,5 milhões de euros na construção do horrendo e inútil Auditório do Largo José Afonso, e também 7,5 milhões de euros relativos aos cinco blocos adjacentes ao Convento de S. Francisco, que iriam servir como oficinas e residência para jovens da Casa Pia.

Tais verbas (cerca 12 milhões de euros) foram desperdiçadas leviana e irresponsavelmente, em vez de se apostar em infraestruturas culturais a sério.

Contrariamente ao que se passou com o nosso Vitória, o Vitória de Guimarães aproveitou a embalagem do Euro 2004 e construiu o Estádio D. Afonso Henriques, com capacidade para 30 mil pessoas, parque de estacionamento coberto para 400 lugares, funcionamento de duas escolas profissionais, ginásio e sede.

Possui também uma Academia com seis campos relvados, sendo que num deles estão a construir bancadas para funcionar um mini-estádio com capacidade para 2500 pessoas. Ainda possuem um pavilhão desportivo para as outras modalidades.

Nesse fim de semana, encontrámos milhares de turistas, deambulando alegremente pela cidade.

A triste realidade que constatámos in loco, é que existem enormes diferenças entre Guimarães e Setúbal, nomeadamente em termos de infraestruturas culturais e desportivas.

O dinamismo empresarial, as escolhas partidárias e as opções políticas autárquicas tomadas pelas regiões do Minho e Douro Litoral, traduzem-se, por exemplo, na existência de dez (!!!) clubes na 1ª Liga, num total de dezoito clubes, com consequências sociais, culturais, económicas e desportivas relevantes.

Numa distância máxima de cerca 50 Km entre si, encontramos Porto, Boavista, Braga, Guimarães, Moreirense, Arouca, Famalicão, Gil Vicente, Paços de Ferreira e Vizela.

Península de Setúbal? Alentejo? Quantos clubes na 1ªLiga? Zero.

Tudo isto conjugado, não acontece por acaso.

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