19 Abril 2024, Sexta-feira
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O Afeganistão…..e as mulheres

Para nos distrair e aliviar das notícias sobre a marcha da nossa vacinação contra a “Covid19” nos noticiários de qualquer dos nossos canais televisivos, surgiu a retirada inglória dos americanos e outros aliados da Nato, do Afeganistão. E aí passamos a ser assediados pelos problemas do Afeganistão pós retirada dos últimos militares – e aí temos imagens dum país montanhoso habitado por grupos étnicos diferente, onde predomina a Fé em Ala e Maomé, o seu profeta, nas suas inúmeras fações e ,especialmente fações extremistas e radicais que têm estado na base não só de guerras entre eles, mas na origem dum fenómeno que há décadas atormenta o mundo – o terrorismo islâmico. E o Afeganistão salta para a imprensa ocidental especialmente após o cruel e inédito atentado ás “torres gémeas” em Nova Yorque, o coração dos Estados Unidos da América – homens que se faziam explodir matando dezenas de ocidentais era um fenómeno de fanatismo que já era compreensível, mas fazer explodir aviões contra arranha-céus era inacreditável. E o mentor de tal proeza estava no Afeganistão – e aí vai o potente exército americano invadir esse ninho de terroristas onde mandavam os Talibans, fação muçulmana mais radical para quem as mulheres eram seres de segunda que não podiam descobrir nem uma pontinha do seu corpo, que não podiam ter liberdade nem sequer aprender fosse o que fosse. A sua vida era dentro da burca e de casa !

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E este radicalismo para com as mulheres saltou de imediato para os noticiários ofuscando muitos outros problemas surgidos com a tal inglória saída dos americanos do Afeganistão. E essa característica do povo talibã passou a ser a medida e o padrão das noticias escritas e de imagem. E mutos de nós, chocados com tais costumes,  esquecemos que, apesar de Jesus Cristo ter um respeito impar com as mulheres, apesar de ter sido uma mulher a ter o privilégio de dar a notícia do desaparecimento do corpo de Jesus do túmulo onde fora sepultado após a sua crucificação, apesar do culto e veneração à mãe de Jesus, a nossa Igreja “esqueceu” durante séculos que as mulheres eram metade da humanidade e que foram necessários dois séculos para irem conquistando progressivamente a sua igualdade de direitos de cidadania. E é boa altura para deixarmos as afegãs com os seus graves problemas e pensarmos que só agora com o atual Papa Francisco vamos vendo a nomeação de mulheres para lugares importantes no Vaticano, que só agora se fala no acesso de mulheres ao diaconato, mas é considerado quase uma blasfémia falar  na possibilidade de mulheres terem acesso ao presbitério. Tal assunto paira nos meios que desejam que a nossa Igreja se modernize e se adapte à evolução da sociedade em que nos integramos. É altura de os que se dizem católicos deixarem o que está cristalizado na nossa Igreja e sejam sensíveis á “revolução da ternura” e a um espírito de modernização do nosso Papa Francisco. É altura de apoiar  a sinodalidade que quere colocar o povo , o povo de Deus, todo, a participar na vida das nossas igrejas locais, democratizando as comunidades cristãs e trazendo igualmente para a discussão o problema do poder. É urgente, já o temos dito nesta coluna de opinião, aproveitar o movimento para reconstruir a atual sociedade numa “nova normalidade” (como se ouve dizer) pós pandémica. E esse movimento abriga a ter uma dinâmica que os cristãos podem e devem aproveitar – e entre o que tem de ser mudado está a posição da mulher na vida da Igreja. Aproveitemos também esse arejamento que o Papa Francisco está protagonizando com tantas nomeações de mulheres  leigas e religiosas, algumas teólogas ,para lugares de relevo no Vaticano.

É salutar que nos preocupemos com as mulheres afegãs, mas não olvidemos que também por aqui há uns “telhaditos de vidro” que têm de ser removidos !

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