20 Abril 2024, Sábado
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Chamamentos

A curiosidade, alicerçada no espanto, levou-nos a comentar o frenesim de uma jovem mulher habitante na Baixa de Setúbal, em rigor nas entrelaçadas ruas estreitas até aos becos, largos e praças, que pedala a alta velocidade assustadora uma bicicleta que arruma no vão de escada, previsivelmente de rodas erguidas.
Pelo que o termo comentar corresponderá com mais rigor a desafiar, porque não nos inibimos de questioná-la bem alto, amigavelmente: “Não consegue pôr-se por uma vez à janela?” (será a de um 1º ou 2º andar).
“As janelas fazem calos nos cotovelos” – respondeu em estridente gargalhada.
A comemoração em curso dos 166 anos d’O SETUBALENSE, com a volumosa edição especial de 30 de Julho, recheada de memórias e contributos para a História, ligou-me de imediato a ela porque tudo aconteceu nesse dia.
Sabe-se da edição de um azulejo de cor branca, 15cmx15cm, sem data, de qualquer modo anos depois do 25 de Abril por iniciativa do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), apenas com a origem de produção ‘Made in Portugal’ marcada em círculo no verso à volta de uma engrenagem que circunda – será então o logotipo da empresa – um pórtico de castelo.
A azul, com plantas interligadas de canto a canto e com as palavras manuscritas, a assinatura da autora sublinhada: – «A mulher que está à janela só vê os muros das casas fronteiras» Maria Lamas -, eis o chamamento a Oceana Zarco, a setubalense primeira mulher ciclista federada em Portugal em 1925, tantas vezes ganhadora entre os homens.
Em conformidade, eis razões para travar numa esplanada a nossa jovem, que saberá ela de tudo isto?

Valdemar Santos
Militante do PCP
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