29 Março 2024, Sexta-feira
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O professor Jaime Monteiro

“Jaime Monteiro era alguém que nos conhecia e respeitava como éramos, que conseguia filtrar e promover o que de melhor havia e há em cada um de nós”   

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                                                                       Ana Pedro, professora

 

“Meu amigo, meu exemplo, meu rochedo em tantas situações. Tantas coisas que passámos juntos. Descansa em paz meu querido Jaime, viverás para sempre no meu coração.”

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Isabel Gomes, professora

 

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Quando fiquei colocado no Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, no bairro do Viso, ano lectivo 2009/2010, conheci Jaime Monteiro, que foi um dos colegas que me sorriu e estendeu a mão, literal e metaforicamente falando, assim que tacteei pelas primeiras vezes, os espaços físicos, profissionais e emocionais da escola.

Nessa altura, Jaime Monteiro estava na iminência de se aposentar, tal como veio a acontecer, no ano lectivo seguinte.

Jaime Augusto Cordeiro Monteiro nasceu em Setúbal a 15 de Maio de 1949, filho de Ilódia Cordeiro e Fausto Monteiro.

 

Existem mais três irmãos: Anisabel, Luís e Cristina.

 

Aos dezanove anos de idade, o pai faleceu e a mãe emancipou-o para que pudesse trabalhar, uma vez que, nesses tempos, a maioridade somente se atingia legalmente aos vinte e um anos.

 

Com essa idade, Jaime Monteiro concluiu o ensino secundário em Almada, iniciando a sua actividade docente em 1969, na Escola Industrial e Comercial de Setúbal, actual Escola Secundária Sebastião da Gama, leccionando a disciplina de Electrotecnia.

 

Exercia a sua função de professor nos cursos nocturnos e durante o dia frequentava o Instituto Industrial, em Lisboa, no curso de Agente Técnico.

 

Estudava muitas vezes no café “Benjamim”, localizado na av. 5 de Outubro, na companhia de alguns colegas e amigos, nomeadamente Zeca Afonso.

 

Em 1972 foi destacado para Moçambique, onde esteve a cumprir serviço militar. Por ocasião do 25 de Abril, encontrava-se em Tete.

 

Regressou a Setúbal e à “Comercial”, ainda nos anos 70.

 

No ano lectivo 1988/1989, a nossa escola teve o seu início nas instalações da Barreiros, seguindo-se uma Comissão Instaladora, constituída por Jaime Monteiro, Madalena Viegas, Helena Rato, Ramon Sartoris e Fátima Vilela, que viria a ser denominada Escola Secundária do Viso, actual Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, que inclui a Escola Básica e Secundária Lima de Freitas, a Escola Básica/ JI do Viso e a Escola Básica nº9, localizada no Casal das Figueiras.

 

Jaime Monteiro pertenceu aos órgãos directivos da escola,  entre 1992 e 1995.

 

Fundou uma rádio pirata muito conhecida antes do 25 de Abril, chamada DX11, com Pedro Barreto.

Foi também um dos fundadores da Rádio Azul, com o irmão Luís Monteiro, José Crispim e José Raimundo, em 1985.

 

No ano lectivo em que fiquei colocado na nossa escola, partilhávamos uma hora em conjunto na sala de estudo. Aproveitávamos, sempre que tal era possível, para darmos dois dedos de conversa.

Jaime Monteiro era um homem extremamente inteligente, culto, reflexivo, directo, assertivo, um grande setubalense e vitoriano, com uma visão estratégica de escola muito correcta e adequada ao contexto sócio-educativo do bairro do Viso.

Influenciou com a sua postura e exemplo, sucessivas gerações de alunos, que lhe prestaram um derradeiro tributo, colocando no seu caixão uma estrela onde tinha escrito “As pessoas que gostamos não morrem. Partem antes de nós.”

Às filhas Marta e Rita, a toda a família que foram determinantes na simpatia e rapidez com que me disponibilizaram os dados de natureza biográfica, os meus sinceros agradecimentos e os mais sentidos votos de condolências.

Até sempre, Jaime.

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