25 Abril 2024, Quinta-feira
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O mundo não será o mesmo

Estamos a desconfinar progressivamente sempre atentos á evolução dos números de infetados, de internamentos e dos doentes mais graves nos cuidados intensivos. E muito, ou quase  tudo  depende do nosso comportamento. E digo quase tudo porque o próprio vírus tem uma palavra a dizer com a sua capacidade de se modificar e criar mais dificuldades aos planos criados pelos cientistas e os políticos que organizam a nossa defesa.  Mas eu não queria voltar a falar da pandemia que essa sentimos na pele e nos entra pelos ouvidos e pelos olhos duma maneira exaustiva, exagerada mesmo, pela ação dos nossos órgãos de informação – televisão, radio e jornais.. Por isso – ponto sinal nesse assunto!

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Como o título que dei a esta crónica indica, temos de começar a preocuparmo-nos com o pós pandemia, com a recuperação social e económica  e ,claro, política que se tem de reconstruir sobre o descalabro deixado pela covid19.  E , diz o Papa Francisco e com ele muita gente preocupada com esse futuro,  “o mundo nunca mais será o mesmo”. Na realidade a pandemia é uma oportunidade única no seu período pós pandémico, para se limarem as arestas da sociedade em que temos vivido – diremos mesmo que é um imperativo criar  uma sociedade bem diferente daquela em que vivemos que cria regularmente mais pobres e…mais milionários!   Na verdade é que estamos perante uma realidade que tem muitos outros defeitos. Não podemos esquecer que temos até aqui atacado sem nenhum cuidado a nossa “mãe terra” explorando as riquezas em que ema é rica, mas sem conta nem medida . Ele é o petróleo, ele são os variados minérios, é  a sua vegetação ( derrubando floresta, usando produções intensivas de certas plantas ameaçando a biodiversidade e esgotando os terrenos nos seus nutrientes), ele é a poluição do ar e dos rios e do mar.  E tudo isto sucede porque as nossas vidas estão a ser orientadas por um desenfreado desejo de lucro. E  tudo isto sucede porque são desprezados certos valores como a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a fraternidade e a solidariedade – tudo sacrificado ao deus/dinheiro.  Embora seja uma luta difícil, é uma luta absolutamente necessária pois para alem de milhões de pessoas estarem a ser exploradas, a habitabilidade do nosso planeta está à beira dum ponto de não regresso. Mas, sejamos claros, o capital sobrepõe-se ao trabalho e o poder está verdadeiramente nas mãos dos detentores do dinheiro !  Um exemplo chocante é a fabricação de armas cada vez mais sofisticadas e potentes que ninguém consegue parar para que tais capitais (eu sei que são muito lucrativos) tenham outros destinos e acabem com as guerras. E vemos o paradoxo de certos governos serem arautos da paz mas serem os grandes fabricantes e vendedores de armas. Mais uma vez o atual Papa Francisco não se cansa de por o dedo nesta ferida.  Mesmo com todos estes obstáculos “o mundo nunca mais será o mesmo” mas é necessário que os homens de boa vontade não sejam meros expectadores das mudanças mas sejam atores dessa necessária revolução , “da ternura”, como lhe chama Francisco

O próprio Papa Francisco está fazendo um esforço enorme para que no domínio das religiões se estabeleça uma sincera cooperação, em vez de rivalidades, para que constituam uma forte fonte de paz e concórdia e fraternidade, para que se acabem com rivalidades pois o Deus é só um e a sua mensagem é de Paz e Amor em todos os credos – e as religiões continuam a ser um ponto de apoio de muitos e diferentes mundos.

E, sejamos mais uma vez sinceros, não é na Lua ou em Marte que se encontra uma solução para a nossa Terra muito ferida na sua habitabilidade! É aqui temos de construir um novo mundo.

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