23 Abril 2024, Terça-feira
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Os desafios da transição energética Parte II – A adaptação do eléctrico

Uma das medidas que mais impacto terá para o cumprimento das metas para a descarbonização, será a substituição das energias fósseis. Muitas das cidades europeias já estão a impor muitas restrições à entrada de veículos com motores mais antigos e mais poluentes, ameaçando mesmo num futuro próximo banir por completo o acesso de todos os veículos movidos com motores de combustão interna.

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A indústria automóvel que durante anos limitou-se a fazer algumas experiências tímidas e insipientes no sentido de encontrar uma solução eficaz e funcional, acordou e deu finalmente sinais da sua aposta nas motorizações eléctricas.

Os desafios que esta alteração vai colocar são bastantes, e para alguns ainda não há soluções identificadas, pelo que teremos de dedicar algum tempo a pensar sobre estes temas, para que as soluções que sejam implementadas sejam realmente viáveis, e não se tenha de andar constantemente com avanços e recuos.

O primeiro desafio será o aumento das necessidades de energia eléctrica e o consequente aumento quer da geração quer das redes de distribuição. O aumento da produção terá de ser alavancado em energias renováveis, sendo que os passos que estão a ser dados com o encerramento das centrais a carvão estão a ir na direcção correcta. Em paralelo, as redes de distribuição terão de ser redimensionadas para que o fornecimento da energia não seja afectado.

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O segundo desafio será a substituição de todo o parque automóvel, que dentro de alguns anos será obsoleto. Os motores eléctricos para além de serem mais eficientes, irão permitir uma redução na emissão dos gases poluentes. A substituição da frota automóvel vai implicar um grande investimento de famílias e empresas, e não esquecendo também as questões ambientais que surgirão quando num curto espaço de tempo tenham de ser abatidos todos os carros obsoletos. Terão de ser encontradas formas de reciclar ou reutilizar todos os materiais para que estes não fiquem a apodrecer em sucatas.

O terceiro desafio que gostaria de referir será a adaptação das cidades a este novo paradigma. Se por um lado iremos ter cidades com menos poluição, iremos ter também algumas dores de crescimento.

O carregamento das baterias dos carros eléctricos, pelo elevado tempo que necessita, terá de ocorrer durante a noite ou durante o tempo em que os condutores estão a trabalhar. Caso não se disponha de uma garagem ou de um local privado para que se carregue as baterias enquanto o carro está parqueado, os condutores terão de recorrer aos lugares públicos destinados a esse efeito. Os lugares actualmente existentes serão num futuro próximo claramente insuficientes.

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Os municípios e as empresas que gerem o estacionamento e a mobilidade nas cidades terão de aumentar gradualmente a oferta de lugares de estacionamento que permitam proceder também ao carregamento das baterias.

Num futuro muito próximo o estacionamento não será apenas a utilização de um espaço, mas também a prestação de um ou mais serviços.

Quem sabe se com a crescente digitalização dos automóveis, o estacionamento para além do carregamento, permita também a actualização de software ou mesmo algum tipo de manutenção com intervenção remota. Mas isso por agora é mesmo ficção científica.

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