18 Abril 2024, Quinta-feira
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Por favor, fique em casa

Por norma sou um optimista militante, mas de momento vejo-me obrigado a conter um pouco esse meu optimismo, pois no dia que escrevo foi ultrapassada a barreira das 200 mortes diárias, o que nos deve fazer reflectir sobre estes números, suas causas e consequências.

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Terminámos o ano de 2020 com um aroma de esperança no ar, os números melhoravam, a campanha de vacinação tinha iniciado, e com todos estes indícios ficámos com a sensação que era possível baixar a guarda e retomar as nossas vidas interrompidas em Março.

E foi então que vimos filas intermináveis nos centros comerciais, o baixar das máscaras e famílias que ceavam alegremente na consoada, partilhando os afectos que já há muito estavam contidos. Agora estamos a despertar do enorme trambolhão que demos, inebriados que estávamos com o optimismo latejante em que ardentemente queríamos acreditar.

Numa conversa com amigo, comparei a vacinação com o desembarque das tropas aliadas na Normandia, durante a segunda guerra. Foi esse dia que permitiu voltar a sonhar com a paz, foi esse dia que deu alento para continuar a lutar. Mas nesse dia e nos subsequentes vários milhares tombaram até que finalmente o rumo dos acontecimentos se inverteu.

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Creio que poderemos fazer aqui o mesmo paralelismo. A vacinação é a única ferramenta que temos para conseguirmos a tão esperada imunidade de grupo, porém até ser alcançada não poderemos baixar a guarda e deitar ao lixo todo o esforço feito até aqui.

No SNS todos os profissionais, apesar do cansaço acumulado, lutam diariamente para poder salvar o máximo de vidas possível, posso assegurar isso pois tive a oportunidade de o ver na primeira pessoa. Não são super-homens ou super-mulheres, são pessoas de carne e osso, pais, mães, filhos que não desistem de combater nesta luta inglória que enfrentamos.

Com eles estão muitos outros profissionais noutros sectores, nas escolas, nos supermercados, nas fábricas, nos serviços municipais, nas forças de segurança, nas padarias, nos restaurantes em serviço de take-away, na imprensa, e em tantos outras actividades fundamentais à manutenção da sociedade como a conhecemos.

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Uma coisa é certa, os negacionismos e as teorias conspiratórias em nada nos ajudam a superar a árdua tarefa que temos pela frente. Temos de uma vez por todas confiar na ciência e nos especialistas, e irmos ajustando a nossa resposta à medida que vamos tendo mais dados e vamos melhor conhecendo este inimigo invisível.

Muito devemos a todos os que mantém as suas actividades e que diariamente lutam por nós. Mas para os ajudarmos não bastam palmas às janelas, agora mais que nunca temos a obrigação e o dever moral de seguir todas as orientações que as autoridades de saúde nos transmitem. Não devemos ter uma interpretação criativa das excepções que existem para que a vida mantenha uma normalidade possível.

Saia de casa apenas nas situações indispensáveis e reduza os seus contactos o mais possível. E se tiver mesmo de sair para ir trabalhar, ou qualquer outra razão, USE A RAÇA DA MÁSCARA.

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